Fevereiro mal começou e uma nova discussão já foi implementada. Os Ordinals e o protocolo Taro no Bitcoin tem dividido a comunidade em opiniões diversas. Será que esse tipo de protocolo traz algum potencial risco à rede? Será que ele pode alavancar a utilização da Blockchain? Nesse relatório mostraremos todas às informações necessárias para sobre esse novo protocolo.
Lucas Nakata é Membro Bankless BR DAO e trabalha aquase 5 anos em diferentes mercados, como Criptomoedas, Forex e Tradicional escreveu esse artigo com bases sólidas, demonstrando prós e contras de projetos cripto, com especial atenção aos fundamentos dos criptoativos, evitando ser seduzido por scams, shitcoins e vieses comportamentais.
Neste artigo serão apresentados alguns indicadores interessantes para analisar ecossistemas cripto, como enxergar o fluxo de valores nas blockchains, e também, como considerar o cenário externo em suas análises.
Bitcoin (BTC): Preço e Movimentação
Desde novembro de 2022 até o começo de janeiro de 2023, o BTC foi negociado em uma zona chata com diversos sinais misturados (U$15.443 - U$18.572). Porém, a partir do dia 9 de janeiro, os touros começaram a agir e puxaram o preço para zonas negociadas em julho de 2022, dando indícios de uma possível mudança de tendência na visão macro do ativo.
Conforme podemos ver no gráfico, as médias de tendência se cruzaram depois de 415 dias. Atualmente, temos a média exponencial de 80 períodos (Linha vermelha) abaixo da média exponencial de 40 períodos (Linha verde) que representa uma mudança de tendência, uma vez que temos um maior interesse de compra se acumulando.
No gráfico acima, possuímos a relação entre o Lucro Total Não Realizado (histograma verde) e Prejuízo Total Não Realizado (histograma vermelho) que demonstra uma métrica utilizada para determinar possíveis rompimentos de preço que podem significar uma recuperação do mercado (Linha azul).
A recente quebra da linha de Break-even (0% - posicionado no lado direito do gráfico) nos mostra que o atual preço à vista do Bitcoin está acima do preço médio de compra do mercado de varejo. Isso coloca o BTC de volta a zona de àgio, onde o investidor médio está de volta no lucro não realizado.
Se fizermos uma comparação mais profunda com os últimos bear-markets, é possível observar uma semelhança histórica entre o atual ciclo de baixa e os anteriores. Tivemos dois períodos extensos de perdas em 2012-2015 e 2016-2018, onde ficamos 157 dias e 301 dias em um mercado declarado de baixa, respectivamente.
O recente movimento de retomada dos U$20k inaugurou um novo ciclo de alta que indica uma melhora significativa na posição financeira do mercado, bem como nos modelos agregados de custos. Esses rompimentos confirmados acima do ponto de Break-even, coincidem com uma transição na estrutura macro do mercado de criptoativos. Por fim, é possível observar também que pela série histórica do ativo sempre que cruzamos essa linha, iniciamos uma nova fase de apreciação do ativo.
Bitcoin On-chain Risco de Reserva Ajustada:
O clássico ditado: “nadar conforme a maré”, provavelmente, é o mantra de todo analista on-chain. Esse indicador demonstra o comportamento dos holders da rede através do incentivo agregado para vender/ e incentivo agregado para comprar.
Valores mais altos (acima de 40%) indicam que o preço e a pressão vendedora dos holders estão elevados.
Valores mais baixos (abaixo de 40%) indicam que o preço e a pressão compradora dos holders estão diminuindo.
De acordo com os recentes movimentos de preço, o oscilador começa indicar uma possível mudança macro de tendência, onde que o custo de oportunidade de acumulação diminui enquanto o incentivo de crescimento de preço aumenta.
Historicamente, esse indicador tem demonstrado uma consistência incrível em demonstrar áreas de rompimento e inversão do poder de dominância do mercado.
Por fim, reparem que as últimas bull runs foram apontadas pelo indicador. Ao quebrarmos a linha dos 20% no indicador, o BTC começa uma nova tendência de alta.
Protocolo TARO: Evolução ou Poluição da Rede?
O novo protocolo foi proposto para permitir que os usuários emitam ativos digitais na blockchain do Bitcoin. Esses ativos podem ser token fungíveis e não fungíveis como stablecoins ou NFTs. Atualmente, esses ativos são encontrados em outros blockchains devido a implementação mais fácil, baixo custo de transação ou maior escalabilidade, porém o protocolo Taro rompe essa divisão, o que faz com que alguns entusiastas afirmem que o Taro elimina a necessidade de outras blockchains.
Os ativos do Taro (stablecoins) podem ser transferidos pela segunda camada da rede do Bitcoin, a Lightning Network, (remunerando os mineradores, complementando os blocos e gerando uma economia crescente para a rede).
Se adotado, o Taro poderia aumentar a atividade da rede e os casos de uso, sem exigir uma mudança na experiência do usuário. Taro aumentaria os efeitos da rede do Bitcoin, além de beneficiar os usuários que não possuem interesse em ativos adicionais fora o BTC.
Devido ao limite de MB por bloco, a primeira camada do Bitcoin possui uma restrição em relação à taxa de transferência de transações que assegura que a rede possa se conectar por qualquer computador comum, dessa forma, garantindo a descentralização da rede. Se cada transferência dos ativos do Taro exigisse uma transação individual na chain, haveria inúmeras limitações e barreiras em relação a escalabilidade do Taro.
Segundo a River Financial, nesse novo protocolo, há a utilização das árvores de Merkle, cuja raiz já é utilizada no bitcoin e que permite que um usuário prove que um determinado ativo está ou não armazenado na rede, confirmando a transferência do mesmo. As árvores de Merkle são estruturas de dados usadas para armazenar todas as transações de um determinado bloco. As vantagens desse sistema é que qualquer nó de validação pode facilmente provar para outro nó a cadeia de transações, torna o projeto escalável para um grande número de ativos, facilmente auditável e possibilita a cisão ou fusão de stablecoins do protocolo Taro, desde que continuem a somar na oferta total.
Por fim, esse novo protocolo usa a atualização Taproot para incorporar metadados de ativos em uma transação e para definir regras específicas sobre como interagir e validar esses novos ativos. Como o hash raiz do script dos ativos Taro é tudo o que está incluído na transação Taproot, nenhum observador pode dizer se foi uma transação Taro, pois o hash poderia representar qualquer transação comum.
Emissão e Transfência de ativos Taro
NFTs
Os ativos não fungíveis são emitidos em um único lote de transação on-chain (dentro da rede). Esses ativos não podem ser divididos ou misturados, apenas mudam de dono, o que acontece off-chain (fora da rede), onde o dono desse NFT transfere o identificador do ativo e seu arquivo de verificação que comprovam sua autenticidade. Esse conjunto de informações são armazenadas no Taro Asset Universes, que é responsável por fazer a mesma função de um explorador de blocos.
O novo detentor de um NFT pode examinar os dados no Taro Asset Universes e usá-lo para reconstruir os metadados no blockchain para verificar sua propriedade, podendo até alterar os dados com suas próprias provas antes de passar o ativo adiante.
Stablecoins em Taro
Uma stablecoin no Taro pode ser dividido e mesclado. Isso significa que, se um usuário tiver um qualquer ativo fungível, ele pode alterar a propriedade dentro de um grupo existente de usuários que possuem ativos na mesma árvore Merkle ou os ativos podem ser transferidos para um usuário em uma árvore Merkle diferente. Uma versão atualizada da árvore Merkle simplesmente mostraria que o fornecimento total do ativo não mudou, mas os saldos dos diferentes proprietários foram atualizados.
Uma coisa é certa, o protocolo Taro, bem como as NFTs abrem novas utilidades para a rede do Bitcoin. Por fim, caberá a comunidade decidir sobre a adoção do protocolo ou não.
Metodologia
🔎 O Bankless Monthly Report foi produzido utilizando dados On-chain do sites: Glassnode. Ademais, usamos o relatório “Taro Protocol da River Financial”, os artigos “How Taro brings assets to Bitcoin through Taproot and Lightning” da Bitcoin Magazine”.
Os conteúdos produzidos pela Bankless Brasil não são recomendações financeiras e possuem somente caráter informativo e educativo. Não visa fornecer informações que possam induzir, auxiliar, instigar os leitores a comprar, ou vender qualquer tipo de ativo, portanto, não são ofertas.
Todo o conteúdo é de uso exclusivo do leitor através de sites da Bankless Brasil, não podendo ser reproduzido ou distribuído sem expressa autorização da Bankless Brasi DAO.
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Report: Mudanças na tendência do Bitcoin e sua nova atualização.
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Prezada Nação Bankless,
Fevereiro mal começou e uma nova discussão já foi implementada. Os Ordinals e o protocolo Taro no Bitcoin tem dividido a comunidade em opiniões diversas. Será que esse tipo de protocolo traz algum potencial risco à rede? Será que ele pode alavancar a utilização da Blockchain? Nesse relatório mostraremos todas às informações necessárias para sobre esse novo protocolo.
Lucas Nakata é Membro Bankless BR DAO e trabalha aquase 5 anos em diferentes mercados, como Criptomoedas, Forex e Tradicional escreveu esse artigo com bases sólidas, demonstrando prós e contras de projetos cripto, com especial atenção aos fundamentos dos criptoativos, evitando ser seduzido por scams, shitcoins e vieses comportamentais.
Neste artigo serão apresentados alguns indicadores interessantes para analisar ecossistemas cripto, como enxergar o fluxo de valores nas blockchains, e também, como considerar o cenário externo em suas análises.
Bitcoin (BTC): Preço e Movimentação
Desde novembro de 2022 até o começo de janeiro de 2023, o BTC foi negociado em uma zona chata com diversos sinais misturados (U$15.443 - U$18.572). Porém, a partir do dia 9 de janeiro, os touros começaram a agir e puxaram o preço para zonas negociadas em julho de 2022, dando indícios de uma possível mudança de tendência na visão macro do ativo.
Conforme podemos ver no gráfico, as médias de tendência se cruzaram depois de 415 dias. Atualmente, temos a média exponencial de 80 períodos (Linha vermelha) abaixo da média exponencial de 40 períodos (Linha verde) que representa uma mudança de tendência, uma vez que temos um maior interesse de compra se acumulando.
Bitcoin On-chain Unrealized Profit/Loss (Relative):
No gráfico acima, possuímos a relação entre o Lucro Total Não Realizado (histograma verde) e Prejuízo Total Não Realizado (histograma vermelho) que demonstra uma métrica utilizada para determinar possíveis rompimentos de preço que podem significar uma recuperação do mercado (Linha azul).
A recente quebra da linha de Break-even (0% - posicionado no lado direito do gráfico) nos mostra que o atual preço à vista do Bitcoin está acima do preço médio de compra do mercado de varejo. Isso coloca o BTC de volta a zona de àgio, onde o investidor médio está de volta no lucro não realizado.
Se fizermos uma comparação mais profunda com os últimos bear-markets, é possível observar uma semelhança histórica entre o atual ciclo de baixa e os anteriores. Tivemos dois períodos extensos de perdas em 2012-2015 e 2016-2018, onde ficamos 157 dias e 301 dias em um mercado declarado de baixa, respectivamente.
O recente movimento de retomada dos U$20k inaugurou um novo ciclo de alta que indica uma melhora significativa na posição financeira do mercado, bem como nos modelos agregados de custos. Esses rompimentos confirmados acima do ponto de Break-even, coincidem com uma transição na estrutura macro do mercado de criptoativos. Por fim, é possível observar também que pela série histórica do ativo sempre que cruzamos essa linha, iniciamos uma nova fase de apreciação do ativo.
Bitcoin On-chain Risco de Reserva Ajustada:
O clássico ditado: “nadar conforme a maré”, provavelmente, é o mantra de todo analista on-chain. Esse indicador demonstra o comportamento dos holders da rede através do incentivo agregado para vender/ e incentivo agregado para comprar.
Valores mais altos (acima de 40%) indicam que o preço e a pressão vendedora dos holders estão elevados.
Valores mais baixos (abaixo de 40%) indicam que o preço e a pressão compradora dos holders estão diminuindo.
De acordo com os recentes movimentos de preço, o oscilador começa indicar uma possível mudança macro de tendência, onde que o custo de oportunidade de acumulação diminui enquanto o incentivo de crescimento de preço aumenta.
Historicamente, esse indicador tem demonstrado uma consistência incrível em demonstrar áreas de rompimento e inversão do poder de dominância do mercado.
Por fim, reparem que as últimas bull runs foram apontadas pelo indicador. Ao quebrarmos a linha dos 20% no indicador, o BTC começa uma nova tendência de alta.
Protocolo TARO: Evolução ou Poluição da Rede?
O novo protocolo foi proposto para permitir que os usuários emitam ativos digitais na blockchain do Bitcoin. Esses ativos podem ser token fungíveis e não fungíveis como stablecoins ou NFTs. Atualmente, esses ativos são encontrados em outros blockchains devido a implementação mais fácil, baixo custo de transação ou maior escalabilidade, porém o protocolo Taro rompe essa divisão, o que faz com que alguns entusiastas afirmem que o Taro elimina a necessidade de outras blockchains.
Os ativos do Taro (stablecoins) podem ser transferidos pela segunda camada da rede do Bitcoin, a Lightning Network, (remunerando os mineradores, complementando os blocos e gerando uma economia crescente para a rede).
Se adotado, o Taro poderia aumentar a atividade da rede e os casos de uso, sem exigir uma mudança na experiência do usuário. Taro aumentaria os efeitos da rede do Bitcoin, além de beneficiar os usuários que não possuem interesse em ativos adicionais fora o BTC.
Devido ao limite de MB por bloco, a primeira camada do Bitcoin possui uma restrição em relação à taxa de transferência de transações que assegura que a rede possa se conectar por qualquer computador comum, dessa forma, garantindo a descentralização da rede. Se cada transferência dos ativos do Taro exigisse uma transação individual na chain, haveria inúmeras limitações e barreiras em relação a escalabilidade do Taro.
Segundo a River Financial, nesse novo protocolo, há a utilização das árvores de Merkle, cuja raiz já é utilizada no bitcoin e que permite que um usuário prove que um determinado ativo está ou não armazenado na rede, confirmando a transferência do mesmo. As árvores de Merkle são estruturas de dados usadas para armazenar todas as transações de um determinado bloco. As vantagens desse sistema é que qualquer nó de validação pode facilmente provar para outro nó a cadeia de transações, torna o projeto escalável para um grande número de ativos, facilmente auditável e possibilita a cisão ou fusão de stablecoins do protocolo Taro, desde que continuem a somar na oferta total.
Por fim, esse novo protocolo usa a atualização Taproot para incorporar metadados de ativos em uma transação e para definir regras específicas sobre como interagir e validar esses novos ativos. Como o hash raiz do script dos ativos Taro é tudo o que está incluído na transação Taproot, nenhum observador pode dizer se foi uma transação Taro, pois o hash poderia representar qualquer transação comum.
Emissão e Transfência de ativos Taro
NFTs
Os ativos não fungíveis são emitidos em um único lote de transação on-chain (dentro da rede). Esses ativos não podem ser divididos ou misturados, apenas mudam de dono, o que acontece off-chain (fora da rede), onde o dono desse NFT transfere o identificador do ativo e seu arquivo de verificação que comprovam sua autenticidade. Esse conjunto de informações são armazenadas no Taro Asset Universes, que é responsável por fazer a mesma função de um explorador de blocos.
O novo detentor de um NFT pode examinar os dados no Taro Asset Universes e usá-lo para reconstruir os metadados no blockchain para verificar sua propriedade, podendo até alterar os dados com suas próprias provas antes de passar o ativo adiante.
Stablecoins em Taro
Uma stablecoin no Taro pode ser dividido e mesclado. Isso significa que, se um usuário tiver um qualquer ativo fungível, ele pode alterar a propriedade dentro de um grupo existente de usuários que possuem ativos na mesma árvore Merkle ou os ativos podem ser transferidos para um usuário em uma árvore Merkle diferente. Uma versão atualizada da árvore Merkle simplesmente mostraria que o fornecimento total do ativo não mudou, mas os saldos dos diferentes proprietários foram atualizados.
Uma coisa é certa, o protocolo Taro, bem como as NFTs abrem novas utilidades para a rede do Bitcoin. Por fim, caberá a comunidade decidir sobre a adoção do protocolo ou não.
Metodologia
🔎 O Bankless Monthly Report foi produzido utilizando dados On-chain do sites: Glassnode. Ademais, usamos o relatório “Taro Protocol da River Financial”, os artigos “How Taro brings assets to Bitcoin through Taproot and Lightning” da Bitcoin Magazine”.
Os conteúdos produzidos pela Bankless Brasil não são recomendações financeiras e possuem somente caráter informativo e educativo. Não visa fornecer informações que possam induzir, auxiliar, instigar os leitores a comprar, ou vender qualquer tipo de ativo, portanto, não são ofertas.
Todo o conteúdo é de uso exclusivo do leitor através de sites da Bankless Brasil, não podendo ser reproduzido ou distribuído sem expressa autorização da Bankless Brasi DAO.
As informações contidas nos artigos produzidos pela Bankless Brasil foram elaboradas a partir de fontes que consideramos fidedignas, mas sua exatidão não está garantida, sejam as informações de conhecimento público, sejam as informações de serviços que, por ventura, foram terceirizados.
A Bankless Brasil não se responsabiliza por qualquer decisão tomada por seus leitores.
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