Metaverso, blockchains e a questão ambiental
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Metaverso, blockchains e a questão ambiental
Autor: CariocaNFT
Revisão e Formatação: Guilda de Escrita Bankless Brasil DAO (CariocaNFT, Tadeus Mucelli, Gabriella Mena e Danko8383)
O gasto energético é uma grande preocupação de vários governos ao redor do mundo, já que a comunidade científica vem alertando sobre um provável colapso ambiental devido aos altos níveis de poluição no planeta. Mesmo que as extensões desse impacto não seja consenso na comunidade científica, as ações da ONU e de várias organizações buscam minar toda e qualquer atividade que possam causar um aumento da degradação ambiental.
Sabendo que muito tem se falado a respeito do assunto, fizemos um breve comentário em nossa Newsletter Metaverso #6 sobre o que está sendo feito para mitigar esse impacto. Porém, por ser uma discussão de extrema importância, decidimos trazer à baila informações um pouco mais aprofundadas sobre o assunto, a fim de combater a desinformação. Sim, digo desinformação porque veículos de notícias tradicionais têm o péssimo costume de mostrar apenas um lado da moeda; e geralmente é o lado das grandes instituições que detém o poder financeiro nos países.
Recentemente Bill Gates relacionou os NFTs à “teoria do mais tolo”, mas nem foi a crítica mais dura que tivemos, ele mesmo já havia dito anteriormente que “o Bitcoin usa mais eletricidade por transação do que qualquer outro método conhecido na humanidade”.
Assim como ele, muitos pesquisadores renomados criticam as criptomoedas principalmente no tocante ao mecanismo de Proof-of-Work (PoW). Esse mecanismo é usado pelas duas principais criptos do mercado (Bitcoin e Ethereum) para manterem o funcionamento e a confiabilidade de seus registros e transações. Porém, esses pesquisadores e jornalistas falham ao falar do assunto, propositalmente ou não, contando apenas uma parte da história.
A “pancada” do Proof-of-Work
O mecanismo do PoW é o principal vilão dessa história, pois se baseia na prova de trabalho de cálculo computacional em grandes “fazendas” de mineração.
Desde a alta de 2017, diversos estudos calculando o uso energético da blockchain foram publicados, chegando ao estimado que apenas uma única transação de Bitcoin consiga alimentar uma casa por pelo menos um mês (calculado desde o material usado para construir os maquinários até a pegada de carbono que o processo de mineração gera).
Os cálculos são inegáveis: o consumo energético do PoW é comprovadamente altíssimo. Esse gasto energético alto traria não somente o problema ambiental, como também aumentaria muito o custo para o minerador, algo que deveria inviabilizar o processo.
O que vemos, no entanto, é que os próprios mineradores estão buscando fontes de energias mais baratas e consequentemente mais sustentáveis. Veja alguns fatos que comprovam o que falamos:
Ao implementar o Bitcoin como moeda de curso legal, por exemplo, o presidente de El Salvador Nayib Bukele começou a minerar a criptomoeda utilizando a energia proveniente de um vulcão.
Mesmo sendo figuras polêmicas no meio cripto, Elon Musk e Jack Dorsey concordaram que o Bitcoin incentiva a energia renovável.
O Bitcoin Mining Council estimou que pelo menos 58% da mineração mundial já usa energia renovável.
Já existem empresas como a Stronghold Digital Mining, na Pensilvânia (EUA), que usam rejeitos de carvão tóxicos para gerar energia, transformando algo extremamente tóxico em energia para gerar cripto.
Na América Latina, 62% da mineração é feita com energia hidrelétrica.
Moradores de Nairóbi logo terão 80% do gasto energético proveniente de energia geotérmica em uma estrutura construída para atrair mineradores de Bitcoin.
A solução da Ethereum
Se há uma blockchain que carrega uma grande parte da responsabilidade sobre a Web3, é a Ethereum. Toda a ideia dos contratos inteligentes nasceu ali e é dali que surgem dApps, NFTs, metaversos e tudo o que o mundo descentralizado tem a oferecer. Assim como o Bitcoin, a Ethereum ainda utiliza do PoW, o que tem sido alvo de grandes críticas por parte dos haters do mundo cripto.
Embora saibamos que é muito improvável que as críticas venham a diminuir, não podemos negar que resolver o problema do gasto energético aumentaria a adoção por parte de grandes players do mercado. Em razão disso, os desenvolvedores da Ethereum decidiram migrar definitivamente a rede principal do PoW para o PoS (Proof-of-Stake). A migração representará o fim definitivo da mineração por força de trabalho, já que o PoS remunera o minerador pela quantidade de moedas que ele detém e pelo tempo que as têm em stake. Isso reduziria o custo energético da rede em 99%.
Essa decisão se tornou bem polêmica por desagradar aos mineradores que investiram quantias pesadas em maquinário de mineração, além de levantar questões sobre a segurança e descentralização do PoS (saiba um pouco mais aqui). Polêmica ou não, a decisão já foi tomada e o The Merge, como está sendo chamada essa mudança, deve entrar em vigor em agosto deste ano. Vale lembrar que ainda existem outras blockchains que já usam o PoS, apesar de menos utilizadas, seja por serem muito novas ou por ainda estarem em estado de desenvolvimento e testes. Destacamos aqui a Polkadot, que também traz o conceito inovador das parachains e parathreads.
Uma comparação que poucos fazem
O que nos deixa curiosos é que os jornalistas que atacam a mineração de criptomoedas nunca fazem a pesquisa completa. Eles se baseiam nos custos energéticos sem olhar para os esforços feitos ao redor no mundo para mitigar esse problema. A grande mídia não possui um interesse em desagradar grandes instituições, incluindo governos e bancos, e, logo, não incentiva que o povo adote livremente as soluções provindas da blockchain descentralizada. Então repetem sempre as mesmas narrativas, sem quererem informar realmente sobre como o processo de mineração mudou de 5 anos para cá, principalmente quando deixou de estar centrado na China (que usa combustíveis fósseis em grande parte de sua geração de energia).
Veja o que o economista Fernando Ulrich fala a respeito do assunto:
Se quisermos fazer um comparativo do Bitcoin e da Ethereum com algo que já existe no mundo, classifico quatro categorias o que os principais aspectos dessas blockchains representam:
Moeda fiduciária (BTC)
Sistema Bancário Mundial (DeFi - Ethereum)
Cartórios e outras instituições de registro (NFTs - Ethereum)
Ambiente empresarial (Metaversos - Ethereum)
Imagine que façamos uma comparação direta de quanto é gasto em papel para imprimir dinheiro no mundo. Unamos esses dados ao gasto energético para todas as atividades bancárias, recursos utilizados para manter registros em todos os cartórios e todo o gasto com equipamentos e materiais de uso nos imensos prédios empresariais ao redor do globo. Façamos agora uma comparação com a mineração de criptomoedas, especialmente levando em consideração a “onda verde” que os mineradores estão adotando.
Será que a junção de todas essas instituições conseguiriam gastar menos que as redes do Bitcoin e da Ethereum? Estudos recentes mostram que somente o sistema bancário e o ouro gastam cada um duas vezes mais energia que o Bitcoin. Some-se então os demais itens que comentamos.
E será que ao termos as alternativas descentralizadas que a blockchain nos traz, todas essas instituições seriam mesmo necessárias? Precisaríamos mesmo de um banco se temos carteiras criptografadas para guardar nosso dinheiro e contratos inteligentes públicos devidamente auditados como ferramentas financeiras? Se um sistema descentralizado e distribuído me garante a confiabilidade que preciso, eu precisaria de uma moeda fiduciária?
Fica fácil compreender a quem a mídia vai defender. Os detentores do poder não querem dividi-lo. Quem detém o seu dinheiro não quer que você coloque as mãos nele. Blockchains, criptomoedas, NFTs e o metaverso vieram para ficar e a batalha pela nossa liberdade não será vencida facilmente.
Se tornar Bankless pode ser um trabalho árduo de mudança de paradigmas, exigirá pesquisa, esforço, perdas pelo caminho, muito estudo e aprendizado; mas o resultado valerá a pena.
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