Tesouro: Provas ZK podem ser benéficas ou prejudiciais de acordo com a AML (Legislação Anti-Lavagem de Dinheiro)
Relatório sobre o Uso de DeFi para crimes argumenta que a maioria dos protocolos está sujeita à Lei de Sigilo Bancário.
Prezada Nação Bankless,
No artigo de hoje, apresentamos a tradução do artigo Treasury: ZK Proofs Can Be Boon Or Bane Of AML Compliance, originalmente publicado em The Defiant.
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Tesouro: Provas ZK podem ser benéficas ou prejudiciais de acordo com a AML (Legislação Anti-Lavagem de Dinheiro)
Relatório sobre o Uso de DeFi para crimes argumenta que a maioria dos protocolos está sujeita à Lei de Sigilo Bancário.
A tecnologia de conhecimento zero (zero knowledge) pode controlar uma indústria não regulada - ou acelerar a lavagem de dinheiro e evasões de sanções, de acordo com um novo relatório do governo dos EUA que detalha o uso das finanças descentralizadas para fins criminosos.
O relatório, elaborado pelo Departamento do Tesouro, apontou o aumento do uso de criptomoedas para pagar por bens e serviços como uma ameaça às tentativas do governo de limitar a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo. Entre uma série de recomendações para evitar a lavagem de dinheiro por meio de criptomoedas, um exemplo se destacou no relatório: tecnologia de privacidade aprimorada.
Os autores escreveram que "o governo dos EUA apoia tecnologias de melhoria de privacidade que permitem simultaneamente ou até mesmo promovem a conformidade com as obrigações de AML/CFT (Legislação Anti-Lavagem de Dinheiro/Combate ao Financiamento do Terrorismo)". Ainda assim, observou que "o uso de blockchains não públicas" por entidades não reguladas "aumentará os riscos de AML/CFT".
Várias páginas depois, o relatório observa que as provas de conhecimento zero (zk) podem ser usadas para verificar se alguém passou em uma verificação anti-lavagem de dinheiro sem coletar ou transmitir suas informações pessoais.
Este é o mais recente de uma série de relatórios que vieram da administração do presidente americano Joe Biden para enfatizar o risco que os ativos digitais representam aos consumidores, ao setor financeiro tradicional e à sociedade em geral. Ainda assim, o fato dos autores terem acolhido uma solução baseada em criptomoedas foi visto como uma vitória para alguns na indústria.
O relatório também observou que a maioria das empresas autoproclamadas de DeFi nos EUA - mesmo aquelas que são verdadeiramente descentralizadas, com pouca ou nenhuma capacidade de modificar ou controlar um protocolo após seu lançamento - são instituições financeiras sujeitas à Lei de Sigilo Bancário e tem, por sua vez, obrigações de anti-lavagem de dinheiro.
"Por exemplo, se um serviço DeFi ... aceita e transmite ativos virtuais de uma pessoa para outra pessoa ou outro local por qualquer meio, então provavelmente se qualificaria como um transmissor de dinheiro", afirma o relatório.
Alguns investidores estão confiantes de que a tecnologia de conhecimento zero (zk) pode acalmar as preocupações do governo sobre o uso de criptomoedas por golpistas e criminosos. No início deste ano, a Aztec, uma empresa que está construindo uma blockchain privada em cima da Ethereum, anunciou que havia levantado US$100 milhões em sua última rodada de financiamento.
"Você pode realizar uma espécie de compliance preventiva", disse o cofundador da Aztec, Zac Williamson, ao The Defiant na época. "Você pode dizer: “Por definição, essa transação só pode ocorrer se o remetente da transação possuir as certificações corretas”.
No mês passado, um dos desenvolvedores originais do Tornado Cash anunciou que tinha "corrigido" o Tornado Cash, lançando um protocolo similar que permite que os usuários excluam "um subconjunto de depositantes quando eles retiram os fundos". Dessa forma, "os usuários têm a opção de ajudar os reguladores a isolar fundos ilícitos, sem revelar todo o seu histórico de transações".
O Tornado Cash permite que os usuários ocultem o fluxo de criptomoedas, e é popular entre pessoas que buscam privacidade. Também é popular entre criminosos, incluindo hackers afiliados à Coreia do Norte, que o usaram para lavar parte do dinheiro roubado durante o hack recorde do Axie Infinity no ano passado. O Departamento do Tesouro citou o uso do Tornado pela Coreia do Norte ao emitir suas sanções em agosto passado.
No entanto, a tecnologia de conhecimento zero (zk) ainda não alcançou a adoção em massa. Enquanto isso, o Departamento do Tesouro espera que os países que hoje têm leis brandas de conhecimento do cliente intensifiquem seus esforços para combater a lavagem de dinheiro.
O fato de as pessoas ainda terem que usar empresas centralizadas como Coinbase ou Binance para colocar ou retirar seu dinheiro de uma blockchain torna o compliance em países que aplicam o KYC relativamente simples, segundo o Departamento do Tesouro.
Mas isso pode mudar.
"A capacidade de usar ativos virtuais para pagar por bens e serviços está aumentando", observa o relatório.
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