Play and Earn: um novo modelo para os NFT games | Metaverso
Como a indústria de cryptogames será moldada pela baixa do mercado?
Prezada Nação Bankless,
Em mais um artigo da nossa parceria com a DUX DAO, abordamos um assunto muito sério: como o bear market vai moldar a indústria dos games?
Que lições deve aprender? Que inovações deve apresentar?
Depois que caiu na toca do coelho, Alice se perde no meio de tantas possibilidades e lugares para explorar. Quando encontra o Gato, lhe pergunta que caminho deve tomar.
😸 “Ora, qualquer caminho serve para aqueles que não sabem onde querem chegar.”
Os cryptogames ou jogos play-to-earn foram, e ainda são, uma enorme porta de entrada para as pessoas embarcarem no universo cripto. O ecossistema deve olhar com atenção como esse ramo vai se moldar para sobreviver ao pessimismo do mercado.
Acredito que essa pode ser uma oportunidade para todos nós, olhando para um horizonte não muito distante, enxergarmos onde queremos estar depois dessa turbulência e decidir quais caminhos a Web3 deve tomar. 😺
- Danko
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Play and Earn: um novo modelo para os NFT games
Autoria: Diogo Fontes (DUX)
É notório que os games cumpriram um importante papel de interação social, divertimento e escape psicológico durante toda extensão da pandemia de COVID. Nesse contexto, os NFT Games, ou Games Play-to-Earn, emergiram como uma ferramenta de geração de renda e diminuição dos impactos financeiros em populações vulneráveis de países em desenvolvimento — a destacar Brasil, Indonésia e Filipinas.
De fato, a arquitetura blockchain e todas as tecnologias derivadas dela, habilitaram um paradigma que até então era completamente impensável, decretando que pessoas comuns, sem qualquer habilidade especial, podiam jogar Games e ser remuneradas por essa atividade. E, para os que estão ouvindo sobre o assunto pela primeira vez, não estamos falando de uma remuneração inexpressiva, mas de valores que na época alcançaram mais de 2 mil dólares por mês.
Indubitavelmente, conceber uma reformulação do sistema de trabalho, remunerando pessoas com dignidade e tirando famílias inteiras da linha de pobreza através dos Games é, mais do que um case de marketing, a materialização de uma utopia.
Em grande parte esse histórico bem-sucedido deveu-se ao sucesso do jogo Axie Infinity, que em meados de 2021 era uma potência de 10 bilhões de dólares market cap, transacionando quase 2 bilhões de dólares por dia e ovacionado como o Santo Graal dos NFT games.
De lá pra cá, a partir do buzz gerado pelas comunidades de Axie, uma infinidade de novos projetos de jogos play-to-earn eclodiram por aí. Jogos bons, jogos ruins; jogos simplórios e extremamente ambiciosos; jogos de todos os gêneros e categorias. Grandes empresas do mercado de games tradicionais como Ubisoft, Activision Blizzard e Sega demonstraram interesse em começar a investir na utilização da tecnologia blockchain, algumas delas operacionalizando frentes de negócio inteiramente voltadas para Web3.
Porém, com a interrupção abrupta do ciclo de alta do mercado cripto, a narrativa de otimismo que prevalecia entre os investidores foi, pelo menos por ora, colocada de lado.
Afetada por essa mesma conjuntura, a euforia que impulsionava a primeira onda do segmento de GameFi também arrefeceu, deixando empresas, jogos, jogadores e demais stakeholders do mercado tentando visualizar perspectivas de futuro, antecipar tendências latentes e planejar os próximos passos com o máximo de assertividade.
A interrogação que paira nesse momento sobre a cabeça de todo o mercado interrompeu o alto fluxo de adesão e interesse de novos entrantes e, de forma ainda mais extrema, colocou em xeque o próprio modelo de negócio cimentado pelos NFT games.
Ainda que Axie Infinity, continue possuindo uma comunidade engajada e um número considerável de jogadores diários, as baixíssimas recompensas ofertadas aos jogadores configuram um empecilho de crescimento para o ecossistema. Atualmente, mesmo Axie é alvo de questionamentos severos em relação à perenidade do jogo e ao modelo de negócio colocado em prática por seus gestores.
Durante esse período relativamente curto, acompanhamos uma série de projetos surgindo, ganhando visibilidade, vendendo seus tokens e sendo rapidamente descontinuados. Ou seja, uma curva de vida de produto extremamente efêmera, que, sem dúvida, dá margem à alta especulação financeira.
O buraco é ainda mais profundo. Nesse ambiente de revisionismo que requer prudência e estoicismo, o próprio conceito de P2E (Jogue para Ganhar), que em 2021 era propagandeado como o estatuto-síntese de toda uma nova categoria de negócios, vem passando por uma reformulação semântica para abarcar o lado mais lúdico dos jogos.
Agora, ao invés de play-to-earn, o mercado parece mais inclinado a defender a ideia de play-and-earn (jogar e ganhar). Apesar dessa aparentemente diminuta alteração, a mudança conceitual envolvida nessa substituição de artigos é imensa e deve ser levada em conta.
A estratégia mais válida para não se perder nesse emaranhado de achismos e na polifonia de convicções das redes sociais, é ouvir as vozes mais ativas e lúcidas do segmento, como é o caso de Brooks Brown, CEO do incipiente projeto NOR.
Brooks conta com 18 anos de experiência em criação estratégica de conteúdo interativo, tendo trabalhado para as franquias de Star Wars e Avatar, onde foi reconhecido com premiações nos festivais de Tribeca e Sundance. Quando ele fala, onde quer que seja, vale a pena separar um tempo pra ouvir.
Mais do que dissecar criativamente o projeto da NOR — que, diga-se de passagem, é interessantíssimo — nesse momento faz-se mais importante focar na redefinição conceitual que Brooks e sua equipe vêm promovendo. O projeto NOR, segundo descreve o CEO, parte do pressuposto que investimentos e diversão compõem dois universos completamente distintos, que não se misturam com fluidez.
Ainda segundo Brooks, a diversão, o storytelling e o lado lúdico — que são os principais quesitos de um bom game — ficam deixados de lado, sobrepujados pela financeirização dos jogos. Nesse sentido, o peso que estava associado à palavra “earn” era maior que o peso associado à palavra “play” e, quando isso acontece, o jogo, em si, deixa de ser diversão para se transformar em um trabalho.
A equipe do NOR julga que os NFT games que serão bem sucedidos no futuro precisarão se debruçar detidamente sobre esse tema se quiserem sobreviver, reequilibrando a balança dessas duas dimensões. Como resolução desse dilema, Brown Brooks crê que devamos pensar nessas duas palavras, “play” e “earn”, como o alicerce que provê estrutura para duas abordagens distintas.
Seguindo essa lógica, a palavra “play” deve ser incumbida de entregar para os jogadores aquilo que promete e, mais ainda, aquilo que os jogos tradicionais já oferecem como padrão: entretenimento. Por outro lado, a palavra “earn” deve ser a matriz financeira que atrai investidores para esse ecossistema do jogo. Essas duas dimensões não precisam necessariamente (e talvez não devam) ter grandes interseções, mas podem conviver em um mesmo ecossistema alimentando uma à outra simbioticamente, e não de forma parasitária.
Some-se a essa análise o fato de que o desenvolvimento de jogos de alto nível (AAA) é um processo dispendioso e demorado. É patente que os NFT games ainda não conseguiram entregar para sua comunidade uma experiência de jogo próxima desse patamar. Em sua maioria os jogos possuem modelagens extremamente simplificadas, carecem de um storytelling atrativo, são pouco diversos e possuem gráficos que não se comparam aos games da indústria tradicional.
Sob a ótica da Dux, uma das maiores empresas de blockchain games da América Latina, qualquer interessado pelo mercado de GameFi deve abrir os olhos para os projetos que ambicionam romper a bolha dos NFT games entregando para os usuários jogos que possam ser equiparados aos produzidos pelas grandes empresas dessa indústria. Talvez ainda tenhamos que percorrer um longo percurso para que essa entrega possa finalmente ser concretizada, porém esse é o único caminho possível para que alcancemos a tão propalada adoção mainstream.
Bateu aquela curiosidade pra saber quais games com potencial AAA a Dux tá mapeando? Não se preocupa, toma nota do bizu: Big Time, NOR, Embersword, Planet Mojo, Illuvium, Guild of Guardians, Heroes of Mavia, Mist, Gala Games, Blocklords, Delysium.
Lembrando que essa listinha não é nenhuma indicação de investimento, tá, pessoal? Nossa intenção é lançar luz sobre aquilo que vem sendo debatido pelas mentes mais brilhantes do ecossistema de NFT Games, permitindo que nossos leitores possam refletir sobre os tópicos citados e tirar conclusões a partir de suas próprias pesquisas. Ou seja: #DYOR (faça sua própria pesquisa)!
Mão na Massa!
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Esse texto não é recomendação financeira ou fiscal. Este boletim informativo é estritamente educacional e não é um conselho de investimento ou uma solicitação para comprar ou vender quaisquer ativos ou para tomar quaisquer decisões financeiras. Fale com seu contador. Faça sua própria pesquisa.
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