O Caminho Inevitável do DeFi: Repetindo a Jornada do TradFi em Velocidade Máxima
É possível encontrar paralelos impressionantes entre TradFi e DeFi — será que isso pode ser usado para prever o mercado?
Prezada Nação Bankless,
No artigo de hoje, apresentamos a tradução do artigo DeFi’s Inevitable Path: Retracing TradFi’s Journey at Breakneck Speed, de autoria de Max McFarlane e Hugh Flood, originalmente publicado em The Defiant.
O Caminho Inevitável do DeFi: Repetindo a Jornada do TradFi em Velocidade Máxima
As finanças descentralizadas (DeFi) não estão apenas remodelando ou criando um mercado financeiro alternativo; em vez disso, seguem um roteiro escrito há séculos pelas finanças tradicionais (TradFi). Em nossa última publicação no blog, “Presos nos anos 1970”, revelamos uma verdade impressionante: a evolução do DeFi espelha com tanta precisão os marcos históricos do TradFi que funciona como uma bola de cristal para prever seu futuro. Argumentamos que o DeFi está entrando em uma fase semelhante à vivida pelo TradFi nos anos 1970 — uma era decisiva de conformidade, liquidez e infraestrutura de confiança. Esse paralelo oferece um roteiro para os próximos avanços do DeFi, desde ativos do mundo real tokenizados até estratégias descentralizadas de rendimento e stablecoins — tudo isso enquanto lida com uma crescente pressão regulatória.
Destacamos paralelos impressionantes entre TradFi e DeFi. Das moedas da Mesopotâmia ao Bitcoin como moeda digital (2009), das notas promissórias medievais ao empréstimo permissionless da MakerDAO (2018), e das bolsas de valores ao mercado 24/7 da Uniswap (2021), cada primitivo financeiro surgiu na mesma sequência lógica, impulsionado pela necessidade. A custódia segura e integração com o DeFi da Fireblocks (2021) ecoou a custódia de ativos por bancos centrais entre os séculos XVII e XIX, enquanto os derivativos da Synthetix (2021) refletiram os contratos futuros do século XX. O setor de seguros seguiu o mesmo caminho: a Lloyd’s de Londres, fundada em 1688, encontrou seu correspondente no DeFi com a Nexus Mutual, que alcançou US$ 1 bilhão em TVL em 2021. Os fundos de mercado monetário da Ondo e da Ethena (2024) ecoaram a liquidez de varejo em meados do século XX. Adições mais recentes como a Fireblocks, que viabiliza o acesso institucional ao DeFi, se encaixam perfeitamente nesse modelo, reforçando sua precisão. Como mencionamos, citando Morpheus de Matrix: “O que aconteceu, aconteceu e não poderia ter acontecido de outro modo” — um testemunho da natureza determinista da trajetória cripto.
O DeFi estava em um ponto de inflexão semelhante ao dos anos 1970. Traçamos uma analogia poderosa: assim como o mercado de Eurodólares da década de 1960 impulsionou as finanças globais com liquidez offshore pouco regulamentada, os “DeFidólares” — stablecoins com rendimento — estavam impulsionando a alavancagem e o crescimento descentralizado. Mas com grande poder veio grande escrutínio. A década de 1970 viu o surgimento do Bank Secrecy Act (BSA), que combateu crimes financeiros e evasão fiscal, restaurando a confiança no sistema bancário. O DeFi enfrentava pressões semelhantes, com exploits de contratos inteligentes e crimes de alto perfil — como sequestros ligados a cripto — que ecoavam as preocupações com a Máfia no passado do TradFi. Apontamos para regulamentações iminentes, como o Crypto-Asset Reporting Framework (CARF), previsto para 2026, que espelhava os esforços por transparência fiscal dos anos 1970 e forçaria o DeFi a adotar soluções nativas de conformidade e identidade.
O momento anos 1970 do DeFi não era um teto — era uma plataforma de lançamento. Ao adotar estruturas de conformidade e confiança, o DeFi poderia transcender suas raízes especulativas e competir com os mercados globais. Imagine imóveis tokenizados acessíveis a investidores de varejo ou empréstimos descentralizados para pequenos negócios, todos garantidos por identidades verificadas. Os DeFidólares estavam alimentando um sistema fiinanceiro paralelo, e o DeFi não estava apenas seguindo os passos do TradFi — estava construindo uma rede financeira para bilhões, onde ferramentas de confiança e conformidade demonstravam que o sistema estava pronto, enfim, para escalar. Estaria o DeFi prestes a encontrar Gordon Gekko e dar boas-vindas à década de 1980?