O Bitcoin como Alternativa ao Dólar na Geopolítica Mundial
Uma Análise do Uso do Bitcoin como Alternativa ao Dólar.
Prezada Nação Bankless,
O ecossistema cripto brasileiro cresce a olhos vistos, estamos formando um universo cada vez mais rico em quantidade e qualidade de atores e autores que refletem, se posicionam e encontram alternativas ao nosso mundo caótico, buscando soluções e respostas nas DAOs, no trabalho coletivo, nas criptomoedas e na creators economy!
Nós da BanklessBR atentos e maravilhados com essa evolução do mercado cripto brasileiro, queremos cada vez mais dar voz aos movimentos e atores desse nosso cenário.
Temos a honra de apresentar o texto do Pedru, um de nossos membros mais ativos.
Uma ótima leitura e reflexão!!
- M4rkus0x.
O Bitcoin como Alternativa ao Dólar na Geopolítica Mundial
Autor: Pedro da Rosa Moreira
Imagem gerada por IA por crayon.com
Introdução
Uma nação que se propõe a ser a dominante mundial precisa contar com todos os instrumentos disponíveis, como o militar, o político e o econômico.
Os Estados Unidos, na sua caminhada de nação hegemônica mundial, tem usado o dólar, a sua moeda nacional corrente, como instrumento de dominação e intimidação desde os anos 1920.
Esse “privilegio” de possuir a moeda de reserva e comércio mundial tem lhe inferido diversas vantagens sobre os outros países do globo, o que acarreta fortalecimento da sua economia, e consequentemente na sua influência política, tecnológica e militar.
O surgimento do Bitcoin, uma moeda totalmente digital e sem fronteiras, descentralizada em computadores ao redor do mundo, ou seja, sem um alvo claro de ataque, que cada vez mais vem sendo usada por nações inimigas, pode representar sinal de alerta aos Estados Unidos.
Na primeira parte do artigo vou explicar como o dólar foi e é usado como instrumento de influência e dominação geopolítica.
Na segunda parte, vou conceituar o Bitcoin, a primeira e principal criptomoeda do mundo.
Por fim, na terceira parte vou mostrar como o Bitcoin e as criptomoedas, inclusive as Estatais, podem representar uma ameaça ao dólar e exemplificar com alguns casos recentes.
A Geopolítica do dólar
O dólar como moeda global
O monopólio Estatal do dinheiro é um benefício essencial à soberania do Estado, junto a formação de exércitos e a cobrança de impostos. Esse monopólio monetário pode dar acesso a bens e serviços dos mais variados, além de controle sobre o funcionamento da economia e na vida dos cidadãos. (Kuhn, 2022)
A Grã-Bretanha conseguiu este monopólio usando, a partir do século XVIII, o ouro como lastro da sua moeda, a Libra, que então era a moeda usada como padrão no comércio mundial. Essa hegemonia acabaria no século XX, no período das Grandes Guerras Mundiais.
Devido aos enormes esforços de guerra da Grã-Bretanha e de toda a Europa, o padrão ouro é abandonado para dar espaço a impressão monetária, que leva a Libra a perda de valor e a consequente inflação. Londres vê sua capacidade de dar crédito ao comércio mundial se enfraquecer. (Kuhn, 2022)
Com o fim da 2ª Guerra Mundial, a Europa necessitava cada vez mais do apoio norte-americano, tanto para o suprimento de produtos básicos quanto para a reconstrução dos países. “Os Estados Unidos então surgem como a nação hegemônica mundial, única nação capaz de manter o sistema econômico em plena ordem, com apenas uma pequena condição: o dólar seria a moeda de financiamento global.” (KUHN, 2022, p.17) “Ao serem os detentores de dois terços das reservas de ouro mundial e únicos em capacidade de produção, tamanho econômico e ainda não afetados diretamente pela guerra, os Estados Unidos possuíam a legitimidade para serem a nação guia da reconstrução mundial.”(Kuhn, 2022, p.17) É firmado o Acordo de Bretton Woods, o padrão ouro volta como base da flutuação cambial do comércio mundial, desta vez, porém, o mundo legitima o padrão ouro-dólar, com os Estados Unidos tornando-se os credores da reconstrução do mundo.(Kuhn, 2022)
Com a ascensão da União Soviética, se inicia a Guerra Fria, e os Estados Unidos pela primeira vez se envolve diretamente com uma guerra. Essa competição econômica, política, militar e tecnologia demandou muitos recursos dos Estados Unidos, que levou a uma impressão constante de novos dólares, resultando em uma valorização do ouro em relação ao dólar, que acaba pressionando os Estados Unidos a abandonarem o padrão ouro, no ano de 1971. A partir daí, o lastro do dólar e de todas as outras moedas fiduciárias seria a confiança no Estado.
Além disso, os Estados Unidos apoiaram a defesa do dólar sobre o petróleo. A presença militar em áreas de produção e o controle sobre a OPEP garantiram que a cotação internacional do petróleo fosse feita em dólares, e também que a liquidação dos petrodólares fosse feita em Wall Street, sobretudo com investimentos em títulos da dívida americana.
Com o fim da Guerra Fria, foi incentivado pelos Estados Unidos uma liberalização financeira mundial, através do Consenso de Washington, que teve como consequência o aumento do fluxo de capital especulativo mundial, e um esforço redobrado dos países em manter as paridades cambiais, levando o mundo inteiro a acumular reservas em dólares, através dos títulos de dívida americanos. Essa demanda por títulos sustentou o endividamento recorde norte-americano e a expansão de sua economia.
Para Metri (2020, p.730) “a capacidade de financiamento e de gasto dos Estados Unidos no pós-Guerra Fria está ligada à montagem desse sistema monetário, que vem lhe permitindo alavancar ainda mais sua efetiva presença militar em todos os continentes, mares e oceanos. No mundo pós-Guerra Fria, pode-se falar de um privilégio exorbitante ampliado. O que para os demais se apresenta como sinal de fraqueza e dependência, para os Estados Unidos, o endividamento excessivo assemelha-se mais a um sinal de força, baseado num sistema de extorsão e tributação global.”
O dólar como instrumento de geopolítica
Segundo Metri (2020, p.721) “se a moeda é derivada diretamente do poder do Estado, a sua internacionalização depende do sucesso de esse mesmo Estado em projetar-se para fora de seu território nacional de origem. Não por outra razão, a moeda de referência internacional tende a ser a da autoridade estatal mais bem-sucedida nas disputas geopolíticas globais.”
Para Metri (2020), o Estado que detém a hegemonia monetária mundial usufrui de três principais vantagens: A primeira é que a demanda dos outros países por sua moeda, que serão obrigados a estocar essa moeda para fazer frente a suas obrigações exteriores, alavanca a capacidade de se financiar e gastar.
A segunda vantagem é que esses mesmos recursos estocados acabam sendo drenados para o Estado que detém a moeda dominante. Assim, todas as inovações que ocorrem no mundo acabam demandando sua moeda, gerando oportunidade de negócios e lucros fora de suas fronteiras.
E, por fim, cria-se a necessidade de os outros países obterem a moeda hegemônica para participar do comércio internacional. Aos demais países que não o detentor da moeda forte resta obter sempre superavit comercial para a auferir a moeda, ou recorrer ao endividamento externo.
Assim, por meio de restrições de liquidez a determinados países, “o país emissor da moeda de referência pode influenciar a capacidade de importação dos demais países e, portanto, suas trajetórias de desenvolvimento, como também promover crises econômicas severas. Trata-se da imposição de sanções econômicas e, em particular, financeiras.” (Metri, 2020, p.721)
Igualmente importante, para consolidar a internacionalização da moeda, são “as conquistas de territórios, rotas comerciais, construções de sistemas coloniais e outras formas de expansão do espaço de dominação direta, quando ocorre uma ampliação do alcance da tributação, assim como a possibilidade de (re)estruturação da vida econômica nesses espaços tomados de modo a se instituir ali necessidades de importação e financiamento na moeda do Estado expansivo. Existe também a construção de relações econômicas hierarquizadas entre diferentes autoridades centrais, provenientes de negociações de acordos desiguais de natureza comercial, financeira ou de investimento, associados em geral a contextos de guerras ou de forte assimetria de poder. Por fim, há o controle de espaços estratégicos e a precificação de produtos essenciais à segurança em geral e à acumulação acelerada de capital. Tal fato compele parte dos demais países a operar na referida moeda, pois, do contrário, estaria sem acesso a esses mercados e produtos. Trata-se de um enquadramento indireto, porque coloca um dilema aos países: ou se inserem dentro do território monetário específico ou ficam vetados os acessos a produtos e mercados estratégicos. Tal situação foi decisiva em diversas experiências históricas, como, por exemplo, o caso do grosso veneziano nos Séculos XIII e XV, o caso da libra esterlina no Século XIX e o do dólar no Século XX.” (Metri, 2020, p. 722)
O Bitcoin
Segundo Paraná (2020, p. 83-84)) “Bitcoin é uma moeda digital alternativa e um sistema de pagamentos online e independente, criado em 2009, com base em um paper apócrifo, assinado por Satoshi Nakamoto - ente cuja verdadeira identidade nunca foi revelada. Tecnicamente, o Bitcoin é um software de código aberto que suporta o movimento de moedas e pode ser monitorado por todos os usuários em todo o mundo (..).”
Já Pellini (2019, p. 82) diz que “O Bitcoin surge, então, como um sistema de dinheiro eletrônico ponto a ponto, que é algo maior que uma moeda ou um meio de pagamento, pois além de compreender a emissão de novas moedas, como faz a Casa da Moeda, também é um sistema de controle e distribuição. Tudo isso ocorre de forma independente e sem uma autoridade central, baseado somente em códigos matemáticos.”
A crise financeira do Subprime, ocorrida nos Estados Unidos, foi estopim para a criação desta criptomoeda. A grande quebra de confiança que a população percebeu em relação ao mercado financeiro influência uma das principais características do Bitcoin, que é ter sua emissão e validação descentralizada, ou seja, sem um ponto de controle central, e sim distribuída em diversos computadores ao redor do mundo. Essa característica confere também maior resistência a ataques e a censura.
Seguindo esta linha de pensamento, De Vasconcelos (2022, p. 7) diz que a criação do Bitcoin teve o objetivo de “transferir para as pessoas o poder que as instituições bancárias detêm sobre o dinheiro, conferindo lhes uma maior autonomia na respetiva gestão. Propôs, deste modo, reduzir as transações financeiras a apenas dois principais intervenientes – o que vende e o que compra –, o que trouxe ainda a vantagem de diminuir os custos associados.”
O Bitcoin como instrumento de Geopolítica
Uma das características do Bitcoin é separar o Estado do dinheiro. O Bitcoin não pertence a nenhum país, ele é uma moeda e um sistema financeiro completo fora da influência política das grandes nações. Ao usar o Bitcoin, países e indivíduos buscam uma alternativa para fugir dos riscos geopolíticos mundiais, como se fosse um porto seguro em potencial, um paraíso fiscal open source, coletivo.(Geopolítica, 2021)
Segundo Kosinski (2022), o Bitcoin se mostrou uma forma muito eficaz de transferir valores fora dos controles e da vigilância das autoridades governamentais e dos organismos internacionais, como o SWIFT, o sistema “internacional” de transações bancárias que, tendo o dólar como principal meio de comando e o sistema financeiro dos Estados Unidos como o seu nódulo central, na prática é comandando pelas autoridades estadunidenses.
Casos de Uso do Bitcoin
Wikileaks
Segundo o wikipedia, o Wikileaks “é uma organização transnacional sem fins lucrativos, sediada na Suécia, que publica, em sua página, postagens de fontes anônimas, documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas, sobre assuntos sensíveis.”
Ao longo dos anos, principalmente a partir de 2010, o Wikileaks divulgou milhares de documentos confidenciais de diversos países, mas principalmente do Governo Estadunidense. Isso levou a uma retaliação, por parte dos Estados Unidos, que lançou mão de sanções econômicas ao Wikileaks. Como o site vive de doações, os Estados Unidos proibiram as empresas Visa, Mastercard e Paypal de processar qualquer pagamento para a organização.
Para driblar o estrangulamento financeiro imposto, o endereço público de recebimento de Bitcoins é lançado pelo Wikileaks em 14/06/2011, e desde então estima-se que a organização tenha recebido milhões de dólares em Bitcoin na forma de doações, contornando as sanções norte-americanas.(Rocha, 2019)
Venezuela e o Petro
Em 2017 a Venezuela anunciou a criação de uma criptomoeda estatal, chamada Petro. Ela seria lastrada nas reservas de petróleo do país. Segundo Farias, Loures (2022, p 12-13) “A Petro consistirá em uma moeda virtual que será lastreada nos recursos naturais que o país dispõe: petróleo, gás, ouro e diamante. Além das questões inflacionárias, a Petro buscará driblar as sanções financeiras impostas pelos EUA. A moeda ajudará na liquidação comercial, podendo facilitar o processo de importação de alimentos e medicamentos e, portanto, diminuir a crise econômica e social do Estado.”
A crise econômica citada era resultado principalmente da queda do preço internacional do petróleo e das sanções que os Estados Unidos impunham ao país. As tensões entre os dois países começam a se intensificar em 2001, devido aos discursos e posicionamento antiamericano do presidente a época, Hugo Chaves, e também pela aproximação da Venezuela à China, Rússia e ao Irã. (Farias, Loures, 2022)
As sanções financeiras começam em 2015, no governo do presidente norte-americano Barack Obama. Na gestão do presidente Trump, os Estados Unidos aumentaram as sanções financeiras, dessa vez chegando as empresas estatais de petróleo. (Farias, Loures, 2022)
A Petro acabou sendo lançada em 20 de fevereiro de 2018 e alegadamente arrecadou 3,3 bilhões de dólares durante a sua pré-venda. (Cunha, Sequeira, Kunimoto, 2019, p.110)
A moeda seria aceita como forma de pagamento de tributos como impostos, taxas, contribuições e serviços públicos nacionais, além de ser usada para demais serviços públicos, como emissão de documentos – incluindo passaportes – e registros da venda de imóveis e veículos. (Brasil, 2017)
O anúncio do lançamento da criptomoeda Petro, Nicolas Maduro, presidente do país, declarou que “a criação da moeda virtual significa um avanço em relação à soberania monetária”. E que a Petro ajudará a vencer o bloqueio financeiro imposto ao país” (Brasil, 2017)
Porém, cinco anos após o seu lançamento, a Petro poderia estar com seus dias contados. A imprensa tem noticiado, ainda sem confirmação oficial, que o governo venezuelano iria encerrar as operações de Petro. Os motivos seriam os escândalos de corrupção contra o ex-chefe da Superintendência Nacional de Criptoativos e Atividades Conexas (Sunacrip), órgão regulador de criptomoedas no país, chamado Joselit Ramirez. Outro motivo alegado pela imprensa é que o fim da Petro seria um ponto-chave nas negociações entre o governo Biden e o governo de Nicolás Maduro, sobre um possível fim as sanções financeiras. (Gusson, 2023)
El Salvador
País situado na América Central, adotou o Bitcoin como moeda de curso legal, em 2021, fazendo parceria com o dólar estadunidense, que já era moeda oficial do país desde 2001. Ainda que não substitua o dólar como moeda no país, o Bitcoin surge para diminuir a dependência que El Salvador tem com os Estados Unidos.
A chamada Lei do Bitcoin, implementada no país, tem sofrido muitas críticas por ser muito simplista, podendo acarretar num desincentivo na população a usar o Bitcoin. Por outro lado, o país tem anunciado um aumento no turismo e atração de investimento estrangeiro. (De Vasconcelos, 2022)
Uma das grandes apostas do país é referente as remessas internacionais, dinheiro enviado de imigrantes para seus parentes em El Salvador, principalmente dólares vindos de El salvadorenhos moradores dos Estados Unidos, que representam cerca de 20% do PIB do país. Como o custo de transferir dólares é muito alto (pode chegar a até 50% do valor transferido), o Bitcoin seria uma alternativa menos burocrática e mais barato de enviar dinheiro.
Guerra Ucrânia x Rússia
As criptomoedas, e principalmente o Bitcoin, têm tido um papel fundamental no conflito entre Ucrânia e Rússia.
Por parte da Ucrânia, quando se iniciou a guerra, o sistema fiduciária do país entrou em colapso, e o banco central do país introduziu limites severos às transferências de moeda estrangeira dentro e fora da Ucrânia para impedir uma corrida à moeda nacional. (Infomoney, 2022)
Com isso, o país recorreu às criptomoedas, lançando a maior campanha de doação em cripto do mundo. Até o dia 30 de setembro de 2022, já havia sido arrecadado cerca de US$ 180 milhões, segundo informações da empresa de análise de blockchain Crystal Blockchain. Além disso, foi a primeira nação a abrir uma arrecadação de criptomoedas durante uma guerra. (Infomoney, 2022)
No começo. Porém, foram as organizações sem fins lucrativos que começaram a arrecadação de criptomoedas, como, por exemplo, a Come Back Alive e a Pussy Riot. O governo veio logo depois, divulgando seus endereços de carteira de algumas criptomoedas, entre o Bitcoin e o Ethereum. (Alves, 2022)
Segunda o próprio governo ucraniano informou, os valores arrecadados serviram para a compra de armas, drones e outros equipamentos de guerra, mas também para compra de abastecimento de comida e combustível para a população.
A Rússia também está usando as criptomoedas durante o conflito. Embora tenha arrecadado um valor muito menor em doações. Segundo a empresa de análise de blockchain ChainAnalysis, cerca de 54 organizações pró-Rússia receberam doações de criptomoedas, usadas para a compra de equipamentos e disseminar propaganda.(Amaro, 2022)
Além disso, as ciptomoedas têm sido usadas para driblar as sanções econômicas impostas ao país, como, por exemplo, o banimento dos bancos russos do sistema SWIFT. Não só os grandes oligarcas russos como os cidadãos comuns têm usado as criptomoedas para transferir dinheiro para fora do país e para comprar utensílios para sobreviver no dia a dia.(Alves, 2022)
A pista de que as criptomoedas têm sido muito usadas na Rússia é o preço do Bitcoin no país, cerca de 40% maior que no restante do mundo.(Alves,2022)
Conclusão
A história mostra que nenhuma nação detém a hegemonia militar, política e econômica para sempre. Os Estados Unidos montaram seu aparato de dominação econômica e política, tendo a sua moeda como instrumento de controle financeiro sobre as outras nações. Como foi mostrado, o mundo “bancou” o crescimento econômico estadunidense, demandando seus dólares que eram impressos sem nenhum controle.
O Bitcoin surge então como uma alternativa, uma forma fácil e de baixo custo para transacionar fora da influência dos Estados Unidos. Por ser uma tecnologia muito nova, ainda apresenta alguns problemas, como a alta volatilidade do seu preço. Porém, tem também se mostrado extremamente resiliente, pois funciona a quatorze anos, 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem nunca ter ficado offline, sem ter uma entidade central que gerencie o funcionamento, descentralizado.
Só o tempo dirá se o Bitcoin vai ter capacidade de substituir o dólar como moeda hegemônica do mundo, mas é possível argumentar que talvez sua principal função seja funcionar realmente como uma alternativa, que pode inclusive amenizar o ímpeto de dominação das nações imperialistas.
Referências:
CUNHA, Luiz Felipe Borges; SEQUEIRA, Leandro Tortosa; KUNIMOTO, Simone Yukimi. Moedas virtuais: um novo Dólar ou um Bolívar venezuelano?.Multitemas, p. 89-114, 2019.
KOSINSKI, Daniel S.; FERREIRA FILHO, Valter Duarte. DO BITCOIN AO" RENMIMBI DIGITAL": SOBERANIA MONETÁRIA, SEGURANÇA FINANCEIRA E A POSSÍVEL ORDEM FINANCEIRA CENTRADA NA CHINA. Geosul, v. 35, n. 77, 2020.
KUHN, Adrian da Silva Bueno Piccini et al. Implicações e desafios impostos à hegemonia do dólar americano pelas criptomoedas. 2022.
MORAES, Fernando Silva de. Os impactos socioespaciais do mercado de Criptoativos e tokens digitais: uma análise sobre os casos de Paraguai e El Salvador. 2023.
DE VASCONCELOS, Angelina Inês Gomes. Bitcoin,(des) regulação e barreiras estaduais à internacionalização: o caso de El Salvador. 2022.
METRI, Mauricio. Geopolítica e diplomacia monetária: o sistema dólar de tributação global e as iniciativas de desdolarização da economia internacional. Economia e Sociedade, v. 29, p. 719-736, 2020.
OLIVAL, Ana Luísa. A Bitcoin nas transações comerciais. 2022. Dissertação de Mestrado.
BOAVENTURA, Alba; NOGUEIRA, Isabela; DE CONTI, Bruno. A Moeda Digital Chinesa:: Um Confronto com o Poder Estrutural do Dólar?. Conjuntura Austral, v. 14, n. 65, p. 7-20, 2023.
PRADO, Maria Luiza Victoria Carvalho do. Tributação sobre operações envolvendo criptoativos: como a natureza jurídica atribuída às moedas virtuais pelo ordenamento jurídico brasileiro moldará a incidência tributária sobre suas atividades. 2021.
PIRES, Hindenburgo. Blockchain e Bitcoin: alternativas tecnológicas para o controle público das finanças. Geo UERJ, n. 41, 2022.
FARIAS, Hélio Caetano; LOURES, Débora Bedim; GÓIS, Carolina Côrtes. A moeda como fonte de poder: as sanções financeiras e a “bomba-dólar” em Cuba e na Venezuela| Currency as a source of power: financial sanctions and the “dollar bomb” in Cuba and Venezuela. Mural Internacional, v. 13, p. 66889, 2022.
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GUSSON, Cassio. Criptofacil, 18 de jun.2023. Disponível em: https://www.criptofacil.com/petro-venezuelano-primeira-criptomoeda-governamental-do-mundo-vai-a-falencia/. Acesso em 27 de jun. 2023
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Bastante abrangente e esclarecedor. Relevância mil, já que é algo bastante debatido (vejam os Brics, por exemplo)