Guia de Atualizações do Roadmap da Ethereum
O roadmap da Ethereum é baseado em 6 principais sequências de atualização. Aqui está tudo o que você precisa saber sobre o básico da evolução planejada da Ethereum.
Prezada Nação Bankless,
No artigo de hoje, apresentamos a tradução do artigo The Ethereum Roadmap Cheat Sheet, de autoria de David C. e William M. Peaster, originalmente publicado em Bankless HQ.
Guia de Atualizações do Roadmap da Ethereum
O roadmap da Ethereum é baseado em 6 principais sequências de atualização. Aqui está tudo o que você precisa saber sobre o básico da evolução planejada da Ethereum.
O inventor da Ethereum, Vitalik Buterin, tem escrito muito este ano, com 25 posts publicados em seu blog até agora em 2024.
Notavelmente, seus artigos mais recentes fazem parte de uma série intitulada "Futuros possíveis do protocolo da Ethereum", com cada post explorando um pilar importante do roadmap:
Sem surpresa, esses textos são alguns dos mais fundamentais sobre a Ethereum já escritos. Com tanta informação, pode ser útil ter uma visão geral de cada atualização principal para entender melhor os escritos técnicos de Vitalik sobre o roadmap da Ethereum.
Aqui está um guia rápido que te coloca a par do básico de cada uma dessas atualizações 👇
🔀 The Merge
O The Merge, concluído em 2022, marcou a transição da Ethereum de Proof-of-Work (PoW) para Proof-of-Stake (PoS), reduzindo o consumo de energia em 99% e aumentando a segurança da rede por meio do staking. No entanto, segundo Vitalik Buterin, as atualizações relacionadas ao The Merge continuam.
O objetivo daqui para frente é acelerar as confirmações de transação, reduzindo o tempo de espera para até 4 segundos. Vitalik também mencionou a redução do requisito de staking de 32 ETH para apenas 1 ETH, permitindo que mais pessoas participem e ajudem a garantir a rede.
Ao acelerar as confirmações e tornar o staking mais acessível, a Ethereum se tornará ainda mais descentralizada sem comprometer sua segurança.
📈 The Surge
O The Surge visa tornar a Ethereum mais rápida e escalável, com a meta de superar 100.000 transações por segundo (TPS), otimizando as soluções de camada 2 e melhorando as técnicas de armazenamento de dados.
Um marco importante do The Surge foi o EIP-4844, introduzido na atualização Dencun no início de 2024, que adicionou “blobs” — um novo espaço de blocos para armazenar dados da camada 2.
Em seguida, o PeerDAS, previsto para a atualização Pectra em 2025, melhorará como a Ethereum gerencia esses blobs, ampliando a largura de banda da rede e mantendo os custos baixos. A compressão de dados também ajudará, reduzindo o tamanho das transações e melhorando a eficiência dos rollups.
Essas melhorias tornarão a Ethereum muito mais escalável, mantendo-a descentralizada e segura.
🔥 The Scourge
O The Scourge aborda um grande desafio: os riscos de centralização no processo de staking e criação de blocos da Ethereum.
Atualmente, a criação de blocos — o processo de escolher quais transações serão processadas — favorece grandes players que usam algoritmos avançados para obter mais lucro. Isso pode levar a atrasos ou manipulação de transações, prejudicando os objetivos de descentralização da Ethereum.
Para resolver isso, a Ethereum planeja dividir o trabalho de construção de blocos em partes menores. Uma proposta chamada inclusion lists permitiria que validadores menores garantissem a inclusão de certas transações em um bloco, reduzindo o poder dos grandes criadores de blocos.
Além disso, pesquisas em andamento sobre mempools criptografadas visam melhorar a segurança ao ocultar os detalhes das transações até que sejam confirmadas. Um mempool é uma área de espera para transações antes de serem adicionadas a um bloco. Atualmente, qualquer pessoa pode visualizar essas transações pendentes, o que permite que construtores de blocos as reordenem para obter lucro (uma prática conhecida como MEV, ou Maximal Extractable Value). Ao criptografar os mempools, os detalhes das transações seriam ocultados até a confirmação, reduzindo as oportunidades de manipulação.
A Ethereum também busca reduzir as recompensas para o staking para evitar que uma grande parte da riqueza da rede se concentre nas mãos de poucos grandes validadores. Esses esforços visam manter a Ethereum descentralizada e proteger os usuários contra exploração.
✨ The Verge
O The Verge foca em tornar a Ethereum mais acessível e barata para rodar, especialmente para aqueles que operam seus próprios nós.
Atualmente, operar um nó requer o armazenamento de centenas de gigabytes de dados, o que pode ser um obstáculo para muitos. O The Verge propõe "clientes sem estado" que não precisam armazenar todos esses dados, mas sim verificar a blockchain usando provas criptográficas (como árvores Verkle ou STARKs).
Com clientes sem estado, até mesmo um celular ou laptop básico poderia verificar a Ethereum, ampliando quem pode ajudar a operar e proteger a rede, tornando-a mais descentralizada. A longo prazo, a Ethereum pretende usar provas criptográficas para verificar blocos inteiros, permitindo que dispositivos de baixa potência confirmem rapidamente a validade da blockchain.
O The Verge também explora tornar a Ethereum resistente à computação quântica, substituindo árvores Verkle por uma alternativa mais robusta, garantindo que a rede suporte tecnologias emergentes.
📤 The Purge
O The Purge busca tornar a Ethereum mais leve e menos complexa ao longo do tempo.
À medida que blockchains crescem, acumulam cada vez mais dados, o que cada nó deve armazenar, dificultando a entrada de novos nós na rede. O The Purge visa reduzir essa necessidade de armazenamento de dados históricos e funcionalidades não utilizadas.
Uma das metas é a expiração de históricos, onde dados mais antigos são armazenados de maneira distribuída, como em redes torrent. Em vez de cada nó armazenar todas as transações passadas, cada nó manteria apenas uma parte desse histórico, com outros nós armazenando outras partes. Dessa forma, a Ethereum permanece segura e descentralizada, mas os nós não precisam de armazenamento massivo para entrar na rede.
Outro ponto do The Purge é a expiração de estado, que remove ou arquiva dados não usados ao longo do tempo, facilitando a gestão de armazenamento de longo prazo do Ethereum.
Além disso, o The Purge busca eliminar recursos raramente usados, simplificando o código para manter a Ethereum eficiente e acessível.
🎉 The Splurge
O The Splurge representa a fase de “toques finais” da Ethereum, focando em várias melhorias que não se encaixam em outras categorias, mas são cruciais para aprimorar a experiência do usuário e a robustez técnica da Ethereum.
Um dos principais objetivos é otimizar a Ethereum Virtual Machine (EVM), o núcleo computacional da Ethereum, tornando-a mais rápida e segura. Isso inclui recursos como abstração de contas, permitindo contas flexíveis e amigáveis com opções avançadas de segurança. O Splurge também trabalha na melhoria da mecânica das taxas de transação para manter os custos estáveis e justos, mesmo com a flutuação da demanda na rede.
Além disso, o Splurge continua explorando técnicas criptográficas avançadas que podem tornar a Ethereum mais resistente a mudanças tecnológicas futuras, como a computação quântica. Essas atualizações têm o objetivo de preparar a Ethereum para o futuro, garantindo que ele permaneça uma plataforma confiável para aplicações descentralizadas a longo prazo.
🔮 Ampliando a visão
Essas seis grandes fases de atualização são os pilares da evolução da Ethereum como um sistema meticulosamente arquitetado e em camadas, que equilibra inovação com praticidade. Essas fases não são isoladas, mas interligadas, com cada atualização equilibrando as necessidades imediatas e a preparação da rede para o futuro.
Por meio dessa abordagem em camadas, a Ethereum está se posicionando para servir como uma excelente base para aplicações e interações em escala global — do tipo que todos esperamos online, além de outras que ainda nem conseguimos imaginar. Ao longo desse processo, o design intencional da rede garantirá que a Ethereum permaneça adaptável, inclusiva e resiliente.
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Esse artigo precisava mesmo de uma tradução. Bem jogado, Rafa e Pedru!