DePIN: o maior setor Cripto de 2024
A habilidade de indivíduos para gerar rendimentos passivos pela tokenização de dados do mundo real através de seus dispositivos e aplicativos apresenta uma enorme oportunidade.
Prezada Nação Bankless,
No artigo de hoje, apresentamos a tradução do artigo DePIN: Crypto's Biggest Sector of 2024, de autoria de Raullen Chai, originalmente publicado em The Defiant.
DePIN: o maior setor Cripto de 2024
A habilidade de indivíduos para gerar rendimentos passivos pela tokenização de dados do mundo real através de seus dispositivos e aplicativos apresenta uma enorme oportunidade.
Com o aquecimento do mercado e mais investimento institucional sendo direcionado para a Web3, surge uma faceta desta indústria que está particularmente bem posicionada para decolar: A Redes Descentralizadas de Infraestruturas Físicas , ou DePin.
DePIN captura o valor dos dados e recursos do mundo real gerados por dispositivos físicos e verifica estes dados para uso. A demanda das empresas por dados verificados é enorme, mas este é apenas um lado da equação do DePIN (o lado da demanda). O lado da oferta inclui instituições, empresas e aplicações, assim como indivíduos - usuários de varejo com aplicativos e dispositivos gerando dados e contribuindo com recursos físicos todos os dia, minutos e milissegundos.
A capacidade dos indivíduos de gerarem rendimentos passivos a partir da tokenização dos dados do mundo real gerados por seus dispositivos e aplicativos é uma oportunidade igualmente enorme. Combine os lados da demanda e da oferta dos dados do mundo real verificados pela blockchain, e você desbloqueia um mercado de US$ 2.2 trilhões que incorpora blockchain, AI e valores do mundo real na Web3.
DePIN, ainda um termo relativamente desconhecido, está prestes a se tornar maior que o DeFi por três razões principais:
1. Crescimento explosivo de novos projetos
2. Grande potencial inexplorado para novas aplicações
3. E um maior fluxo de investimento de capital de risco
Sucesso dos projetos DePIN existentes
Existe múltiplas categorias de projetos DePIN que lançaram as bases para o próximo crescimento exponencial do setor. Estas incluem redes de servidores, redes wireless, redes de sensores e redes de energia. Projetos de redes de servidores como Filecoin e Arweave descentralizam o armazenamento do computador, permitindo que usuários com excesso de armazenamento monetizem esse recurso e o disponibilizem para quem precisa. Projetos de redes wireless como o Helium oferecem um serviço similar, mas para compartilhar 5G/Lorawan por meio de hotspots.
Redes de sensores como Hivemapper e DIMO recompensam os motoristas que possuem dispositivos acoplados para compartilhar dados coletados, que são então usados para criar mapas ou aplicativos de dados, proporcionando aos motoristas de Uber e Lyft uma nova forma de gerar renda passiva. Redes de energia como React ou Powerpod permitem o compartilhamento do excedente de bateria ou energia renovável, respectivamente.
Adicionalmente, o crescimento das startups de AI tem criado uma enorme demanda por poder computacional para processamento de dados, que não pode ser suficientemente atendida por fornecedores centralizados de computação e infraestrutura em nuvem. Por exemplo, os DePIN permitem que os operadores de nós monetizem o poder computacional ocioso da GPU e, em troca, os indivíduos que utilizam esses recursos não precisam mais depender de redes em nuvem. Essas plataformas descentralizadas de IA e computação como Render, Theta e Bitensor oferecem redes de propriedade pública e incentivadas pelas comunidades com uma clara diferenciação dos provedores centralizados.
No 4° trimestre de 2022, a Amazon Web Service (AWS) atendia 32% de toda a necessidade de infraestrutura em nuvem. Microsoft, Alibaba, Google Cloud, and IBM Cloud são os outros grandes fornecedores deste serviço. Esses provedores centralizados têm o poder de encerrar o serviço a qualquer momento e por qualquer motivo. Provedores descentralizados de nuvem e GPU não tem essa desvantagem, aumentando sua atração.
Além disso, toda a indústria do Bitcoin, que esta liderando o caminho para outro ciclo de bull run com o Halving e os ETF aprovados no começo de 2024, faz parte do DePIN, dada a necessidade de dispositivos de hardware físicos para a mineração Proof-of-Work. A própria rede Bitcoin se destaca como a maior rede de máquinas descentralizadas para dinheiro digital, ostentando o mais poderoso mecanismo de consenso publicamente verificável.
Potencial inexplorado para as novas aplicações
Temos aqui um imenso potencial para a disrupção da economia compartilhada já existente por parte do DePIN que ainda não foi totalmente explorado. Os modelos de negócios da Web2 que giram em torno de conectar aqueles que possuem um recurso com aqueles que necessitam deste recurso, como a Uber, Lyft e Airbnb, são todos um potencial negócio para serem descentralizados e entrar para o ecossistema DePIN. Os projetos DePIN eliminam a necessidade de se ter Big Techs como moderadores terceirizados entre as transações e, ao invés disso, capacitam os fornecedores a aproveitar melhor os seus recursos.
Por exemplo, você pode conectar seu carro a um aplicativo de serviços Web3 para reduzir seus custos, fornecendo dados para companhias de seguros que estejam dispostas a pagar por isto. Ou você pode ter um relógio inteligente que informa a temperatura ambiente média do seu quarto. E se você pudesse ganhar uma renda passiva vendendo esse excedente de energia para alguém que precisa dele, ou vendendo esses dados sobre a temperatura do seu quarto para uma empresa que desenvolve colchões com temperatura moderada? As possibilidades são quase infinitas.
Deste modo, dispositivos pessoais tornam-se economias comunitárias. Dados isolados pertencentes as Big Techs estão agora sendo recuperados pelos seus colaboradores que anteriormente não tinham acesso as suas informações ou a capacidade de escolher o que fazer com essas informações.
Os DePINs criaram, portanto, um novo modelo de negócios, construído desde o início pelas suas comunidades que optaram por esta nova estrutura descentralizada. Os dados são mais poderosos quanto mais pessoas aderirem às redes, e maior será a recompensa para cada indivíduo se beneficiar coletivamente. Estas redes acabarão por se sobrepor e se cruzar para criar setores nunca antes possíveis, graças à descentralização dos dados gerados pelos dispositivos. Os proprietários de dispositivos tornam-se proprietários de empresas, pois têm uma capacidade totalmente nova de criar redes e conjuntos de dados que irão perturbar as economias tradicionais.
O interesse dos VCs no DePIN já é forte
O DePIN tornou-se uma importante área de foco para VCs curiosos em explorar o potencial deste novo setor em ascensão. Os projetos DePIN já atingiram um valor de mercado de US$ 29 bilhões. Dado que o valor de mercado do Bitcoin é atualmente de US$ 757 bilhões e o BTC existe desde 2009, o crescimento inicial do DePIN é bastante impressionante. Além disso, o dinheiro de capital de risco continua a entrar no setor, com empresas como Pantera, Multicoin Capital, Coinbase, Blockchain Capital e Digital Currency Group, todas focadas em investimentos em projetos DePIN .
Todas estas empresas reconhecem a enorme oportunidade de crescimento implícita nos 15 bilhões de dispositivos em todo o mundo – todos contendo uma grande quantidade de dados potencialmente monetizável. Combine a onipresença dos dispositivos com as vantagens da propriedade comunitária, da verificabilidade pública e do compartilhamento incentivado implícitos na Web3, e fica claro que a oportunidade para o DePIN é quase incalculavelmente ampla.
E com indústrias dependentes de dados como RWAs, IA, ML e computação de alto desempenho apenas começando, podemos esperar que a influência do DePIN seja 100 vezes maior do que o DeFi, tornando-o a maior tendência cripto de 2024.
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