Cryptogaming: virando o jogo na indústria dos Games | Games 🕹️
Entenda como a tecnologia blockchain está mudando o mercado dos jogos.
Prezada Nação Bankless,
Nesse segundo artigo da nossa seção Metaverso, trazemos mais conteúdo original da equipe Bankless Brasil. Aqui veremos uma introdução aos jogos play-to-earn e como a tecnologia blockchain vai mudar o mercado de games nos próximos anos (ou meses)!
E se você acha que jogos não são para você, achou errado, pois essa mudança vai balançar também toda a cena cripto!
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Cryptogaming: virando o jogo na indústria dos Games
Desde que os jogos eletrônicos foram inicialmente concebidos, seus sistemas eram baseados em uma relação chamada “pay to play”, ou seja, o jogador deveria adquirir um jogo, sentar e jogar - simples assim. As produtoras de games cresciam e faziam sucesso se as vendas superassem o valor investido na produção, marketing e pós-venda.
A segunda grande era dos jogos digitais, com o advento e popularização da internet em todo o globo, foi chamada “pay to win” ou “freemium”. Esse modelo é caracterizado por um baixo custo para aquisição de novos jogadores, dado que normalmente os jogos são gratuitos ou extremamente baratos. Porém, a remuneração dos produtores (monetização) vem em forma de itens e habilidades que os jogadores precisam comprar dentro dos jogos para poderem aumentar suas chances de vencer.
Estas aquisições virtuais se deram das mais variadas formas, sejam elas mais “vidas” para que o jogador tente mais uma vez repetir uma fase que falhou, ou mais popularmente através de itens cosméticos que personalizam a experiência do usuário com seu avatar dentro da plataforma.
Roupas, danças, armas, tênis de marcas famosas: quaisquer tipos de acessórios que a imaginação pode alcançar (e que os desenvolvedores querem construir) estão disponíveis hoje em jogos dessa natureza. Porém, existe um detalhe importante: a aquisição desses itens digitais, não passa de um mero direito de uso, um licenciamento para que aquele “ativo” seja utilizado tão somente dentro do jogo que o vendeu, conforme as normas da produtora.
Assim, aquela skin especial (que você gastou toda sua mesada) não é sua. Você tem apenas o direito de usar ela no jogo, e talvez até seja apenas por um certo período de tempo. Aliás, lidas as entrelinhas dos termos de uso, descobre-se que esses direitos de uso dos itens podem ser retirados de você ao bel prazer dos produtores. Não sei se você entendeu, mas todas as horas e dinheiro investidos no level up do seu personagem, não te trazem nada além da sua satisfação pessoal. Os ativos que você conquistou e até mesmo aqueles que você comprou, não são verdadeiramente seus.
A venda de “ativos digitais” em 2020 arrecadou mais de $54 bilhões de dólares, evidenciando o enorme sucesso em um modelo de baixíssimo custo de aquisição de usuários. Nessa lacuna dentro da cultura, entre um enorme potencial de arrecadação e o baixo retorno ao jogador que investiu (tempo e dinheiro) no jogo, surge uma oportunidade para a tecnologia blockchain que mudará completamente a indústria de jogos eletrônicos.
Através de uma combinação de criptomoedas tokens não-fungíveis (NTFs), o universo cripto apresenta em sua estrutura atual uma maturidade para fomentar um modelo totalmente novo de jogos, o chamado “play to earn”.
Surge uma Nova Era!
Em provas de conceito na rede Ethereum, com projetos como Crypto Kitties e Cheeze Wizards, o mercado já vislumbrava que velocidade de processamento na blockchain e os altos custos seriam problemas que a indústria enfrentaria para crescer.
A alta ocupação das redes em blockchains sempre foi um empecilho para essa transformação. Uma aquisição simples, digamos de $9,90 para comprar um item do jogo que confere habilidades especiais, pode trazer um gasto de $99,90 dólares (ou mais) em taxas de gás na rede Ethereum, isso apenas para concluir a transação em tempo hábil de continuar jogando. A blockchain é demasiadamente ocupada para te ajudar a matar esse chefão!
Deste modo, as soluções em segunda camada (Immutable X, Polygon, Optimism etc.) se mostram como um caminho adequado para diminuir os custos de operação, aumentar a acessibilidade, incrementar o número de usuários e dar a agilidade necessário para que os jogos mantenham seus usuários engajados.
Sabemos que uma solução definitiva não existe. Essas tecnologias estão em constante evolução e melhorias, e já apresentam grandes casos de sucesso que serão certamente seguidos como referências para a indústria.
O jogo Axie Infinity é um bom exemplo. Ainda em uma versão de testes alpha (pré-beta), segundo seus desenvolvedores, o jogo ainda não atingiu sequer 15% de seu potencial. Seu crescimento era constante desde seu lançamento em 2018, mas foi apenas no primeiro semestre de 2021, quando migraram para uma solução de segunda camada (Ronin) na rede Ethereum, que sua rede de usuários subiu de 2 milhões de usuários (março 2021) para quase 22 milhões (setembro 2021).
O jogo explodiu mesmo em países economicamente frágeis, como Filipinas, Venezuela e Tailândia, tendo em vista a possibilidade que o jogador pode ter de ganhar itens de jogo e vendê-los no mercado, visto que, ao contrário das licenças compradas em itens dos jogos “freemium”, as recompensas em Axie Infinity podem ser trocadas por podem ser sacadas em dinheiro comum (moeda fiduciária), como o dólar. Na maioria dos casos, os usuários são pessoas desempregadas que fazem uma renda como jogador profissional. No modelo “play-to-earn”, essas recompensas e itens são intercambiáveis para fora do universo do próprio jogo.
Esse é um elemento importante, o qual está no espírito da cultura cripto. O culto à descentralização e à liberdade do indivíduo dão o norte para se iniciar um verdadeiro movimento de tomada do poder e remoção de intermediários.
Do ponto de vista da cultura gamer, que já encontra formas de recompensar os jogadores mais assíduos (especialmente através do streaming e patrocínios), observamos que a cena toma um formato completamente diferente, onde todos os jogadores podem ganhar, independente do seu sucesso nas redes sociais.
Mas é um esquema de pirâmide?
Todo jogo precisa se manter divertido e interessante para seus jogadores, preservando uma comunidade engajada e disposta a investir (tempo e dinheiro) na plataforma. Essa é uma regra de ouro que vale para qualquer categoria de entretenimento, especialmente para jogos sociais. Quando os desenvolvedores perderem o contato com sua base de usuários, eles saberão rapidamente pela migração para outras iniciativas (e xingamentos nas redes sociais), perdendo assim sua fatia no mercado.
Na economia desses jogos (tokenomics), quanto mais tokens foram criados, menor será o valor daqueles tokens. No geral, esses jogos possuem ainda economias instáveis, porém tendem a apresentar melhorias conforme o futuro desenvolvimento da tecnologia.
A economia do jogo deve funcionar como qualquer outro sistema, com pessoas dispostas a colocar investimento, também podendo gerar inflação, períodos de volatilidade, crescimento e estabilidade.
Não estragar a economia dos jogos certamente é o desafio que os desenvolvedores têm que vencer para se manterem relevantes no mercado, afinal, qualquer jogador pode sair e retirar seu dinheiro investido simplesmente vendendo seus tokens. A experiência de jogos bem sucedidos, como Axie Infinity, nos mostra que o engajamento da comunidade continua crescendo, derrubando o argumento de que esse formato é um esquema de pirâmide (Ponzi).
Temos que lembrar que estamos falando ainda de jogos que antes possuíam sistemas econômicos fechados e agora podem se comunicar com outras economias do metaverso e até mesmo pagar os boletos do mês. Jamais poderíamos imaginar que matar esqueletos nas masmorras de Diablo, em 1996, poderia um dia garantir o leitinho das crianças! E você, já pensou em ser pago para jogar videogame?
Bom para os games, melhor para as criptos!
Essa transformação é um sinal claro de como a blockchain vem se tornando uma tecnologia indispensável em qualquer área de atuação e vai revolucionar diversos setores do mercado.
Certamente veremos nos próximos anos (ou meses) que a indústria de games deverá se moldar de maneira muito ágil para adotar economias dentro dos jogos e manter seus usuários cativos. A transição no modelo de negócio vigente para o novo modelo em blockchain pode não ser fácil para grandes produtoras, que possivelmente vão perder boas fatias de mercado para empresas novas e disruptivas.
Sabemos que um dos grandes problemas de adesão à cripto-economia é a dificuldade de uso, a compreensão desse novo sistema, as taxas, as interfaces… tudo muito técnico e difícil para o usuário simplesmente ter uma boa experiência de uso, consumo e facilidade de navegação.
Exatamente no extremo oposto, temos os jogos. O foco na facilidade de acesso pelo usuário sempre esteve em sua essência. Está em sua natureza a facilidade de uso, visto que os sistemas vigentes (do “pay to play” migrando ao “freemium”) sempre tiveram seu foco na redução do custo de aquisição de jogadores.
As chamadas “Escolinhas Axie”, verdadeiros centros de treinamento para jogadores em potencial (movimento já visto antes para jogadores profissionais de Poker e mais recentemente outros jogos on-line competitivos) abrem as portas para novos usuários que não possuem valores para investir, tampouco conhecimento técnico com as interfaces do mundo cripto.
Apesar de os valores de entrada serem proibitivos para muitas pessoas, existem investidores capazes de bancar a compra inicial dos tokens necessários para o jogador. É uma atividade que atrai um perfil de jovens, que muitas vezes nunca tiveram contato com uma instituição financeira. Sua primeira movimentação bancária na vida será no universo cripto, como jogador profissional, numa espécie de primeiro emprego no metaverso.
Segundo a escola brasileira Dux, uma pesquisa revelou que 70% dos seus jogadores nunca investiram em criptomoedas antes, e 99% deles pretendem realocar seus rendimentos no mercado financeiro de cripto ativos.
Essa força positiva dos jogos “play-to-earn”, que se demonstrou capaz de produzir uma verdadeira transformação econômica e efeitos reais nas vidas das pessoas, pode trazer muitos benefícios para a cena cripto. Com bilhões de usuários (sim, literalmente todo o mundo) em potencial para as plataformas e tecnologias onde os games são construídos, o casamento da indústria dos jogos com a blockchain é uma verdadeira revolução que vai transformar a forma que nos divertimos e nos conectamos com nossas redes sociais.
Algumas sugestões de jogos para você pesquisar e se divertir ganhando dinheiro!
CryptoBlades
Um jogo baseado no formato RPG, onde o desenvolvimento do personagem garante ao jogador a token $SKILL, para uso no jogo ou venda no mercado secundário.
ZedRun
Criar seu próprio cavalo de corrida, gerar a melhor genética para seu animal e apostar em corridas! Os cavalos são NFTs e as corridas têm premiações em dólar.
Plants vs Undead
Um bom exemplo de migração dos modelos, esse jogo é inspirado em “Plants vs Zombies”, que fez muito sucesso nas plataformas para celular. A ideia aqui é cultivar um jardim para que as plantas (NFTs) se defendam contra hordas de mortos-vivos.
Também é um exemplo de como os desenvolvedores devem cuidar para preservar a economia do jogo para não prejudicar sua base de usuários. Seu token ($PVU) foi desvalorizado da máxima histórica de R$137 em agosto para R$10 em outubro.
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