Como as Intents podem melhorar muito a experiencia do usuário Web3
As intents podem ser o elo que faltava entre o mundo dos protocolos descentralizados (e todos os benefícios que oferecem) e o mundo dos usuários comuns, acostumados à simplicidade das experiências da
Prezada Nação Bankless,
No artigo de hoje, apresentamos a tradução do artigo How Intents Can Vastly Improve the Web3 User Experience, de autoria de Adrian Brink, originalmente publicado em The Defiant.
Como as Intents podem melhorar muito a experiencia do usuário Web3
As intents podem ser o elo que faltava entre o mundo dos protocolos descentralizados (e todos os benefícios que oferecem) e o mundo dos usuários comuns, acostumados à simplicidade das experiências da Web2.
O modo dominante de interação nas blockchains hoje é centrado em transações. Isso sobrecarrega os usuários, que precisam realizar manualmente cada etapa do processo – desde iniciar uma transação até navegar por diferentes cadeias e aplicativos, executar contratos inteligentes e transferir ativos quando necessário.
Existe uma alternativa baseada não em transações, mas em intents (intents/intenções: os resultados que os usuários desejam alcançar. A execução centrada em intenções permite que os usuários expressem o resultado desejado, delegando os detalhes e a complexidade do que é necessário para uma rede de "solucionadores", que satisfazem o resultado desejado em nome deles.
As intenções trazem uma experiência mais semelhante a Web2 para a Web3. Por exemplo, em aplicativos de transporte como Uber ou Lyft, o usuário tem uma intenção em mente: ir do local A ao B. O usuário insere sua intenção, junto com algumas preferências, e o aplicativo automaticamente encontra a melhor opção, selecionando o motorista mais próximo para levá-lo de A a B.
Protocolos e sistemas operacionais que adotam uma abordagem centrada em intenções permitem que blockchains e aplicativos descentralizados ofereçam uma experiência semelhante para seus usuários.
Por que as intenções são importantes?
Para aproximar a experiência da Web3 à da Web2 - Hoje, os usuários de aplicativos estão acostumados a modos convenientes e acessíveis de alcançar os resultados que desejam. Para que a Web3 alcance uma adoção mais ampla, o setor precisa se aproximar da experiência que os usuários já esperam.
Independência sem inconveniência - Embora as blockchains tenham introduzido um novo nível de independência e autonomia para os usuários, elas também exigem mais esforço por parte dos mesmos para alcançar seus objetivos. Bancos, por exemplo, conseguiram abstrair a necessidade de as partes trocarem fundos entre si de maneira manual e demorada. No contexto das criptomoedas, as finanças descentralizadas (DeFi) proporcionam autonomia aos usuários em relação a intermediários, mas os obrigam a realizar todas as etapas envolvidas, mesmo que sejam complicadas ou demoradas. Existem maneiras mais eficazes de garantir que os usuários mantenham sua autonomia (e custódia dos fundos) enquanto delegam a execução de cada etapa do processo.
Quais são as principais características das intents?
Intenções são declarativas, em vez de diretivas. Os usuários definem o que querem alcançar sem precisar especificar as etapas intermediárias necessárias para isso. As intenções se concentram no "o quê" e não tanto no "como" (embora os usuários possam declarar preferências sobre como algo deve ser feito).
Intenções são um método para abstrair a complexidade das blockchains, reduzindo o número de decisões que os usuários precisam tomar.
Intenções garantem que todas as condições prévias sejam atendidas se houver uma correspondência bem-sucedida. No entanto, se não houver correspondência, os usuários mantêm total custódia de seus ativos. Se a correspondência da intenção for malsucedida, é como se nada tivesse acontecido, e os ativos do usuário permanecem onde estão.
Quais são os casos de usos notáveis para Intenções?
Casos de uso incluem:
Ordens limitadas – uma ordem para comprar ou vender um token com um preço máximo ou mínimo estabelecido
Swaps multichain/multi-Dex – facilitando a troca de tokens entre diferentes blockchains e exchanges descentralizadas, garantindo o melhor preço e liquidez
Crowdfunding descentralizado – arrecadando dinheiro usando tokens de criptomoedas como fundos
Empréstimos P2P – empréstimos e financiamentos via uma rede entre pares
Negociação de NFTs OTC – compras de NFTs sem intermediação de mercado
Multichat – uma rede de bate-papo distribuída, semelhante ao Slack, sem operadores de servidores centrais
Sinal público – uma versão orientada pela demanda do Kickstarter, implementada com intenções
Projetos como UniswapX, Cowswap, Dydx, Opensea, Across, Arbitrum e Optimism já utilizam intenções.
Por exemplo, o CowSwap é um protocolo que realiza negociações por meio de leilões em lote, onde um mercado competitivo de solucionadores compete para encontrar o lote vencedor usando suas próprias estratégias exclusivas.
Os usuários indicam o que querem comprar ou vender e a que preço. As ordens dos usuários são consolidadas no livro de ofertas antes de serem enviadas a alguém que desempenha o papel de leiloeiro. Um leilão é iniciado com negociações enviadas aos solucionadores. Esses solucionadores competem para criar a solução mais ideal (por exemplo, mais econômica), que o leiloeiro então escolhe como vencedora, finalizando a transação e postando-a na blockchain.
Quem deve usar a abordagem centrada em intenções?
Desenvolvedores podem incorporar intenções em dApps existentes para proporcionar uma melhor experiência ao usuário e maior interoperabilidade. Eles também podem usar um sistema operacional mais geral, centrado em intenções, durante o processo de desenvolvimento, em vez de construir seu dApp inteiramente dentro de uma máquina virtual como a EVM do Ethereum.
Por exemplo, os desenvolvedores poderiam construir seu dApp em um sistema operacional centrado em intenções, acessar estado e liquidez de qualquer lugar no ecossistema Ethereum (incluindo L2s) e usar a cadeia principal do Ethereum (ou qualquer outra) como camada de liquidação. Dessa forma, as intenções podem ajudar a organizar a sequência de operações nos rollups do Ethereum, além de reduzir a fragmentação do estado e da liquidez entre diferentes blockchains, permitindo que os desenvolvedores vejam todo o ecossistema multichain como uma rede única e integrada.
Para os usuários, isso significaria uma experiência mais simplificada e segura, eliminando a necessidade de navegar pelas complexidades de usar diferentes DEXs, dApps, cadeias e pontes.
Em última análise, as intenções podem ser o elo que faltava entre o mundo dos protocolos descentralizados (e todos os benefícios que oferecem) e o mundo dos usuários comuns, que estão acostumados à simplicidade das experiências do Web2.
Adrian Brink é cofundador da Namada e Anoma, um sistema operacional centrado em intenções que permite que os usuários de aplicativos descentralizados definam os resultados que desejam.
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