As primeiras aventuras de um imigrante digital no universo das DAOs | DAO Talks
Caminhamos todos juntos, mas cada um tem sua própria jornada.
Prezada Nação Bankless,
Embarcar na Web3 não é fácil! Sabemos disso.
Cada um tem sua pequena odisseia, seu momento e sua história para contar. Houve momentos de vitória e aqueles (vários) tombos que levamos. O aprendizado cripto é estar sempre se desafiando, porque estamos em fronteiras desconhecidas — para nós e para o mundo!
Somos construtores, aventureiros, exploradores… caminhamos todos juntos, mas cada um tem sua própria jornada.
Hoje compartilhamos um texto autoral de um novo membro de nossa comunidade. Jowjow é escritor e divide conosco sua experiência contribuindo com a primeira DAO do Brasil.
Seja como JowJow. Seja mais Bankless.
- Danko
Seja Membros Bankless e venha contribuir para a primeira DAO do Brasil! Seja mais livre, venha ser mais Bankless!
As primeiras aventuras de um imigrante digital no universo das DAOs
Autor: JowJow
Magnata, Danko, Guelfi, Amandita, Tim Balabuch…
A princípio você fica meio confuso se são nicknames ou os nomes de registro. Magnata soa como codinome. Balabuch também, mas depois você descobre ser um nome. Essa foi a primeira coisa que me chamou atenção no primeiro contato com a Bankless BR DAO. Aliás, o Balabuch e o Magnata deram o empurrão responsável por minha entrada no Discord da DAO.
O Discord é um caso à parte. É um Universo doido. Mil abas, conversas paralelas, bots, calls, chats: é um novo mundo. Para quem é velho como eu e nunca ouviu essa palavra, Discord é uma ferramenta onde a comunidade se reúne para discutir assuntos relativos ao propósito da DAO. É um caldeirão de ideias, projetos, propósitos e, principalmente, ação.
Eu já volto para falar mais sobre isso…
Um imigrante digital no universo cripto
Vim ao mundo no início dos anos 80 e confesso que minha geração tem um certo desdém por aqueles que nasceram a partir dos anos 2000. Costumamos reivindicar que nossa geração testemunhou os últimos grandes movimentos nas artes, nos esportes e na cultura de modo geral.
É claro que isso não passa de uma grande bobagem. Apesar de ainda me esforçar para disfarçar a dó que sinto por quem viveu 20 anos com uma péssima trilha sonora, reconheço que essa saudade dos tempos “áureos” é comum a todas gerações, por isso, não me julgue. Cedo ou tarde sua geração vai desdenhar da geração posterior também. O que você acha que a geração dos anos 60 e 70 pensa da minha?
Somada a essa herança geracional que carrego, nunca fui uma pessoa muito interessada em tecnologia. Sou uma pessoa analógica. Gosto de livros de papel, vinil e encontros físicos. Mas nunca fui avesso às inovações. Tenho Kindle, Spotify e participo de encontros virtuais como qualquer pessoa minimamente integrada ao meio que vive. Não sou resistente a mudanças, porém, confesso que tenho uma certa preguiça de me integrar.
Após perder minha fonte de renda durante a pandemia da Covid-19 (eu tinha um sebo 😁), tive que me reinventar profissionalmente. Um dos meus melhores amigos conhecia a minha paixão pela literatura e a escrita e me convidou para ser roteirista de canal no YouTube. Passado alguns meses ele me indicou para uma startup que atua na área de entretenimento usando tecnologia blockchain. Aí começou a minha saga no mundo cripto, ou, como dizem, entrei no buraco do coelho (clara referência ao livro, Alice no País das Maravilhas). E aqui estou.
Organização Autônoma Descentralizada (DAO) e o futuro do trabalho
O nome entrega as características desse tipo de organização, mas o conceito pode ser um pouco confuso para quem está acostumado com o mundo do trabalho como o conhecemos. Em nosso modelo mental de funcionamento de uma empresa ou organização, as palavras “autônoma” e “descentralizada” não podem conviver de forma harmoniosa. Elas se chocam constantemente.
Assim como em uma criptomoeda, as regras de funcionamento de uma DAO estão escritas em código, o que possibilita ela ser autônoma, sem depender nem mesmo do seu fundador. É aí que surge o papel da comunidade. A descentralização é nada mais que dar à comunidade o poder para decidir os rumos da DAO. Não existe um chefe, um CEO, um gerente ou alguma figura de autoridade com poder de decisão. A tomada de decisão e ação são diluídas na comunidade. O poder é descentralizado.
Cada DAO tem um propósito diferente. Atua em áreas distintas, mas todas seguem o mesmo modelo de funcionamento. O uso da tecnologia blockchain é a base dessas comunidades e os colaboradores são remunerados com criptomoedas. As decisões são feitas pelos membros da comunidade que se filiaram através de um NFT de governança ou por serem holders da criptomoeda específica daquela DAO.
Para muitos especialistas em administração e organizações, esse modelo de funcionamento tem potencial para ser o modelo de trabalho do futuro. Nossos filhos não trabalharão em uma empresa tradicional. No passado houve uma corrida de jovens buscando uma vaga de emprego em uma big tech como Facebook, Apple e Google. Sem dúvida nenhuma, a próxima onda do futuro será trabalhar em uma DAO. Pode registrar isso na blockchain!
Essa breve explicação não é completa, mas é suficiente para entender como isso difere do modelo de organização que temos até o momento. Não julgo se você estiver pensando: bonito na teoria, mas na prática não funciona.
Volto ao relato inicial…
Por dentro de uma DAO
“Se apresenta lá”. Foi a mensagem do Magnata para mim ao se referir ao Discord da Bankless BR DAO.
De cara é um susto. Primeiro vem a sensação causada pelo pensamento, “como eu nunca ouvi falar sobre Discord?”. Logo em seguida você se pergunta por onde começar. São vários canais, alguns bem intuitivos: #comece-aqui, #iniciar-jornada, #vc-precisa-saber, #apresente-se…
A primeira pessoa quem me deu boas-vindas eu nunca mais vi no Discord. Não sei o motivo. Não sei se era membro da comunidade ou se estava de passagem. Magnata veio logo em seguida puxando a fila das mensagens de “welcome”. O momento é breve, mas bem acolhedor. Confesso que ajuda diminuir a desorientação inicial.
Passado esse momento fui encontrando informações que orientavam os próximos passos. Descobri existência da Call da Comunidade, das Guildas (já vou falar sobre elas) e dos Novatos. A call para os novatos (Call de Boas-Vindas) é essencial para o onboarding de novos membros. O Gus (pensa numa pessoa gentil) é o cara responsável por guiar os iniciantes nessa jornada. Ele explica sobre as ferramentas, as regras de convivência, o NFT de governança, e fala sobre as guildas, como contribuir, e tudo o que é necessário para se envolver com as atividades da comunidade.
Como é de se esperar, procurei a Guilda de Escrita. Estava ansioso para colaborar. Queria fazer algo, contribuir de alguma maneira. Levou poucas semanas para eu fazer a tradução de um artigo para a newsletter da Bankless.
Inclusive, eu já ia me esquecendo.
A Bankless Brasil DAO é uma subDAO, uma espécie de filial brasileira da Bankless DAO (global). O propósito da Bankless é criar conteúdo educativo para incluir o maior número de pessoas na web3. Esse trabalho é feito através de artigos, vídeos e todo o tipo de produção de conteúdo com foco em ensinar o que é o universo cripto e tornar as pessoas mais bankless (a serem seu próprio banco).
A forma de organizar todo esse trabalho é por meio das Guildas. Por isso, a comunidade tem a Guilda de Escrita, de Multimídia, Marketing, Financeiro, além de outros projetos como o Clube do Livro, Criptodelas (que foca no onboarding de mulheres) e tantos outros projetos bem interessantes.
O dia-a-dia da DAO surpreende pela dinâmica de funcionamento. Fiquei muito surpreso quando percebi que ninguém me perguntou sobre idade, profissão, experiência, área de atuação, qual meu nível de conhecimento sobre cripto, onde moro, nada, absolutamente nada.
Isso soa estranho para qualquer pessoa, principalmente, se eu digo que não entrei com minha foto no perfil e nem com meu nome de registro. Na Bankless eu sou apenas o JowJow e isso é suficiente. Essa dinâmica só é possível existir em uma DAO. Mesmo em empresas tech, conhecidas pelo ambiente descolado e com uma abertura maior para autonomia, isso não é possível.
A organização das tarefas chama muito atenção também. Logo após a minha chegada, a DAO decidiu mudar de ferramenta para organizar as tarefas das guildas. O Dework é um ferramenta muito parecida com Trello, onde os coordenadores inserem as tasks e ficam à espera de alguém que se interesse por realizá-las. O interessado pela tarefa se inscreve e tem todas informações necessárias para cumprir com a task dentro do prazo. Caso haja algum imprevisto, ele pode comunicar a Guilda e outra pessoa assume a responsabilidade.
Eu não saberia dar todos os detalhes do funcionamento da DAO. O que posso afirmar é que funciona. Os artigos são postados, os vídeos produzidos, há lives toda semana, oficinas, Instagram, Twitter, tudo acontece normalmente. Ah, então é perfeito? Não! Nada é perfeito. Empresas tradicionais também têm desafios nas mais diversas áreas, mas nem por isso deixam de cumprir seu propósito.
Então não existe diferença entre uma DAO e uma empresa convencional?
Meu caro, a diferença é abismal!
Para não me estender demais vou apenas pontuar algumas:
O trabalho não é feito sob pressão de um chefe, gerente ou patrão. A atuação se dá de forma voluntária, minimizando os problemas relacionados à saúde mental.
O senso de comunidade cria um sentimento autêntico de responsabilidade. Trabalhar em uma DAO significa nunca mais ouvir a frase, “tem que vestir a camisa da empresa!”. Graças a Deus!
Esse mesmo senso de comunidade aumenta a possibilidade de uma relação de confiança entre os membros.
Trabalhar em uma DAO aumenta de forma significativa a possibilidade de alinhar trabalho e propósito pessoal.
Conseguir trabalhar em uma DAO depende apenas do seu comprometimento.
Trabalha de onde quiser, quando quiser, fazendo o que sabe e gosta.
A lista é enorme. Acredito que esses pontos são suficientes para você entender que estamos falando de uma revolução na forma como trabalhamos juntos. Na dúvida, entre em uma DAO hoje!
Um velho aprendendo com a garotada
Meu relato não nasceu de uma vasta experiência em DAOs. Muito menos de um grande conhecimento de web3, cripto, NFTs e tudo que esse ambiente abarca. Sinto-me uma criança aprendendo sobre um novo mundo, mas esse é o sentimento geral de quem se envolve em web3.
Apesar de ainda ter um resquício de inadequação a esse meio, tenho aprendido demais com jovens mais novos que eu. As DAOs são um espaço democrático, autônomo e descentralizado aberto a todas as pessoas. Eu estou apenas brincando com essa coisa de ser velho (😅), mas na DAO não importa idade, sexo, religião, cultura e qualquer outra característica pessoal ou algum rótulo imposto pela sociedade.
Cabe sempre mais um no coração das DAOs.
Mãos na massa!
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🔊 Ouça nossos episódios no podcast Bankless “Estado das DAOs”
Tem interesse em contribuir com o movimento Bankless no Brasil? Ficou com alguma dúvida depois de ler o artigo? Entre na nossa DAO e fale conosco!
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