A Falácia do Consumo Energético & Bitcoin
Entenda mais sobre o consumo de energia para a mineração de Bitcoin.
Prezada Nação Bankless,
Estamos passando por tempos difíceis no mercado. Muito tem se falado sobre como o Bitcoin gasta energia para validar a rede. Inúmeras informações infundadas, comparações sem sentido e dados aleatórios foram divulgadas para provar o quão prejudicial é mineração para o meio ambiente. Neste artigo serão apresentados alguns indicadores interessantes para leitura do ecossistema, bem como enxergar o fluxo de valores dentro de blockchains públicas e também como considerar o cenário externo em suas análises para verificar que o gasto energético não só é necessário para preservar a rede, mas como também para deixa-la mais segura.
A Falácia do Consumo Energético & Bitcoin
Bitcoin (BTC): Preço e Movimentação
O mês de setembro foi marcado por uma consolidação de grande parte do mercado de criptomoedas. Bitcoin não foi diferente e variou entre U$18.200- U$22.700, o BTC se manteve nessa zona na maior parte do mês e sem muitas variações representativas.
Suporte/resistência são zonas de preços em que teremos alguma reação do mercado seja impedindo que o preço do ativo caia mais (suporte) ou suba para novos patamares. Logo, é um nível em que os compradores/vendedores voltam a demonstrar força.
Novamente, o Bitcoin se encontra em território sobrevendido tanto no gráfico diário quanto no gráfico semanal.
Zonas sobrevendidas são zonas que um ativo passou por um movimento de desvalorização intenso apresentado possíveis área de oportunidades
Ademais, vemos uma crescente preocupação com o atual cenário econômico, o que poderia levar a maior das criptomoedas para patamares mais baixos. Se tivermos complicações econômicas por parte dos órgãos responsáveis, o que não deve ser descartado, o Bitcoin poderá cair e chegar na próxima região de suporte, que varia na área dos U$10K-U$12k.
Carteiras Com Mais de 1 BTC Batem Novo Recorde!
Ainda que o mês de setembro tenha sido caracterizado por um momento sem muitas movimentações relevantes, os investidores de Bitcoin estão aproveitando o atual preço para continuar acumulando. Como o gráfico abaixo indica:
Indicador on-chain: RHODL RATIO
Utilizar o indicador On-chain Rhodl Ratio ém modo claro de verificar o interesse de compra no Bitcoin e, por consequência, o interesse do ambiente cripto. Esse indicador on-chain era o único que ainda não havia entrado em área assimétrica, mas como ele funciona?
O indicador é divido em duas zonas de interesse: Zona Verde (Região onde os investidores de longo prazo estarão buscando por oportunidades assimétricas de compra) e a Zona Vermelha (Região onde investidores de curto prazo estarão entrando no mercado levados pela euforia)
No começo do mês de setembro, o indicador entrou na Zona Verde, o que tem historicamente demonstrado uma excelente oportunidade para investidores experientes usufruírem da assimetria para abrir posições.
O Consumo Energético da Mineração do Bitcoin
Muito tem se falado sobre o consumo exacerbado de energia para a mineração do Bitcoin. Essa é uma questão que tem sido debatida desde o começo da tecnologia: “A energia gasta é realmente necessária?”; “Porque precisamos de mineração quando temos a prova de consenso?” No entanto, é inegável que a rede do Bitcoin consome uma quantidade substancial de energia, mas é esse desprendimento energético que faz com que a rede seja segura e complexa.
Ademais, em razão da transparência da rede do Bitcoin é possível estimar quanto de energia está sendo utilizada. Os críticos do gasto energético raramente comparam o Bitcoin com outros setores, como o bancário e o do Ouro, ainda mais pelo fato dos dados relacionados ao consumo desses setores serem incompletos e privados. No decorrer desse artigo, mostraremos a comparação dos setores e a discrepância de energia utilizada pelos setores mais tradicionais dos mencionados mercados.
Infraestrutura e Aspectos Energéticos da Rede
Atualmente temos 3 fontes de consumo energético na rede do Bitcoin: 1- Nós de validação, 2- Piscinas de mineração e 3- Máquinas de mineração. O desprendimento energético majoritário vem do consumo das máquinas de mineração, as famigeradas ASICs, que correspondem cerca de 99,8% do gasto.
Essas máquinas ASICs são configuradas para executar o PoW (Prova de trabalho), criar novos blocos, confirmar as transações e proteger a rede. Um ponto importantíssimo de destacarmos quando falamos de gasto energético é a eficiência das ASICs e o quanto essas máquinas tem evoluído.
(Bitcoin Mining Council - Global Bitcoin Mining Data Review - 2022)
Ao observarmos a relação acima, é possível perceber que o ambiente de mineração vem se tornando cada vez mais eficiente. Atualmente, contamos com um sistema de mineração 58x mais eficiente do que a 8 anos atrás.
Em relação ao consumo energético da rede, temos a seguinte relação:
No momento que este artigo está sendo escrito (out. 2022), a rede do Bitcoin consome um estimado de 82,7 TWh/ano. A fim de facilitar a visualização desse consumo, podemos fazer as seguintes comparações:
1. O fornecimento global anual de energia é de 165.317 TWh, o que representa mais de 1.998 vezes que a rede do Bitcoin gasta, ou seja, a energia verdadeiramente consumida pelo sistema beira os 0,15% de toda energia produzida.
(Bitcoin Mining Council - Global Bitcoin Mining Data Review - 2022)
2. A quantidade de energia perdida entre a transmissão e a distribuição todos os anos nos EUA chega em uma média de 3-5% (206 TWh), o que poderia alimentar todo sistema do Bitcoin por duas vezes. No Brasil, essa perda energética beira 20%.
3. Se compararmos com outros setores da economia, como por exemplo, Construção (23x maior), Mineração de Ouro (2,2x maior) e Ar condicionados (24x maior), fica claro que o gasto energético que todos comentam ser um grande problema não passa de apenas de uma ideia enviesada.
(Bitcoin Mining Council - Global Bitcoin Mining Data Review - 2022)
As comparações acima delimitam um importante insight. Não importa a quantidade de informações errôneas que tenham sobre a rede, a estimativa do consumo de energia gasto pelo Bitcoin sempre será em tempo real. Quando os críticos começam a comparar o gasto energético, eles estão comparando com o que ? Qual setor? Nenhum.
Sistema Bancário x Ouro x Bitcoin
Para compararmos os setores é necessário de informações. No caso do setor bancário, essas informações são escassas. De acordo com o relatório “On Bitcoin Energy Consuption”, o conglomerado sistema bancário usa em torno de 263.72 TWh por ano.
O sistema bancário é um complexo conjunto de contrapartes e intermediários. Os sistemas de pagamentos (Cartões de crédito) que oferecem praticidade na hora da compra, dependem do sistema bancário tradicional para liquidação do crédito, que depende dos bancos centrais para a liquidação final e, esse por sua vez, depende majoritariamente do ecossistema do dólar.
Ao analisarmos o infográfico abaixo, a rede do bitcoin gasta uma média entre 82,7 - 113,89 TWh/ ano, enquanto a mineração do ouro utiliza cerca de 240,61 TWh/ ano.
Ao mesmo tempo, o sistema bancário, incluindo os maiores data centers dos maiores bancos do mundo, agências bancárias, caixas eletrônicos e redes de cartão, consome 263,72 TWh/ano. Ou seja, toda a rede do bitcoin representa 31,3% - 43,18% do que todo o sistema bancário atual consome.
Autor
Lucas Nakata, membro Bankless BR DAO e Trader com quase 5 anos de experiência em diferentes mercados como Criptomoedas, Forex e Tradicional escreveu esse artigo com bases sólidas e sem qualquer tipo de viés, demonstrando prós e contras de projetos cripto, uma vez que saber olhar os fundamentos dos cripto ativos e evita qualquer tentativa scam, patrocíonio de shitcoins e viéses sobre criptomoedas.
Metodologia
O Bankless Monthly Report foi produzido utilizando dados On-chain do site: LookintoBitcoin.
Ademais, os relatórios da Bitcoin Mining Council, Digiconomist.net e da Galaxy Digital foram utilizados para caráter informativo.
“Bitcoin Mining Council - Global Bitcoin Mining Data Review - 2022”, “Bitcoin Energy Consumption” e “On Bitcoin’s Energy Consumption: A Quantitative Approach to a Subjective Question”.
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